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Polícia

Oito anos após matar Pâmela a tiros, ex-marido volta para as ruas de Campo Grande

Condenado a 19 anos e 11 meses de prisão em regime fechado, o autor progrediu para o semiaberto em agosto de 2024
Carol Leite -
Pâmela Jennifer sendo socorrida após sofrer os disparos (Arquivo / Midiamax)

Oito anos após atirar e matar sua ex-mulher, Pâmela Jennifer Garicoi, e, ser condenado por homicídio triplamente qualificado, Jhonny Teodoro de Souza recebeu o direito de voltar a percorrer as ruas de e cumpre o restante da sua pena no regime semiaberto. O crime aconteceu em março de 2017.

Jhonny foi condenado a 19 anos e 11 meses de prisão em regime fechado, no entanto, em agosto do ano passado, seis anos após sua condenação, o seu regime de prisão passou para o semiaberto. A data prevista para o término da sua pena é 18 de junho de 2035.

Pâmela foi ferida a tiros no seu local de trabalho, morrendo um mês depois na Santa Casa de Campo Grande. Ela foi ferida com um tiro na nuca.

Agressivo, violento e não aceitava o fim do casamento

Na tarde do dia 23 de março de 2017, Jhonny foi até o local de trabalho da sua ex-mulher e vítima, Pâmela Jennifer, na Avenida Mascarenhas de Moraes. Ele abordou a mulher na rua, questionando uma denúncia que ela havia feito contra ele.

O dono do estabelecimento, onde Pâmela trabalhava, expulsou Jhonny do local. No entanto, ele retornou ao comércio armado e disparou contra sua ex-mulher, atingindo o pescoço da vítima. Em seguida, ele tentou tirar a própria vida com um tiro no rosto.

Equipes do Batalhão de Choque, Força Tática da Polícia Militar e estiveram no local. A mulher e o agressor foram encaminhados para o Hospital Santa Casa.

Pâmela Jennifer sendo socorrida após sofrer os disparos (Arquivo / Midiamax)

O tiro que atingiu a nuca de Pâmela passou pela primeira e segunda vértebra de sua coluna, deixando ela no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do hospital até o dia 17 de abril. Os sedativos foram retirados, mas a vítima continuou em coma.

Por volta da 1 hora da madrugada do dia 25 de abril de 2017, Pâmela Jennifer não resistiu e morreu com uma parada cardiorrespiratória.

Pâmella Jennifer (Divulgação / Redes Sociais)

O seu ex-marido e autor do crime, ficou 13 dias internado e perdeu a visão do olho esquerdo. No dia 5 de abril, ele recebeu alta e foi levado para prestar depoimento na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Piratininga. No mesmo dia, após depoimento, o suspeito foi levado para o Presídio de Segurança Máxima.

O julgamento

Exatamente um ano após a morte de sua ex-mulher, Jhonny Souza foi julgado pela 2ª Vara do Tribunal do de Campo Grande. O criminoso respondeu por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

Jhonny foi condenado a 19 anos e 11 meses de prisão em regime fechado, no entanto, em agosto do ano passado, seis anos após sua condenação, o seu regime de prisão passou para o semiaberto. A data prevista para o término da sua pena é 18/06/2035.

7 boletins de ocorrência contra o ex

A vítima e o agressor foram casados por 11 anos e desse relacionamento tiveram uma filha, com 5 anos na época. Conforme declaração da mulher à polícia feita na manhã do dia do crime, duas horas antes de sofrer a tentativa de feminicídio, o ex-marido era agressivo, violento e não queria aceitar o fim do casamento.

Conforme o relato feito na (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), ela já havia registrado outros seis boletins de ocorrência contra o ex-marido, em 2009, 2012, 2014, 2015, 2016 e 2017. Mesmo com medidas protetivas de urgência contra o agressor, ele não parou de procurá-la.

📍 Onde buscar ajuda em MS

Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.

Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.

☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180, é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.

As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.

Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.

📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.

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