Na última audiência, defesa espera esclarecer fatos sobre morte de corretora em Campo Grande
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Na tarde desta terça-feira (11), acontece a última audiência do caso da morte da corretora de imóveis Amalha Cristina Mariano Garcia, assassinada em maio do ano passado, em Campo Grande.
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Nessa última audiência de instrução e julgamento, o réu Fabiano Garcia Sanches será interrogado pelo magistrado. Ele está preso desde a época do crime, após premeditar toda a ação, espancar Amalha e ocultar seu corpo na região da MS-455.
Ao Jornal Midiamax, a advogada Gabrielly Dias Petersen, que atua na defesa da família da vítima, disse que sua expectativa é esclarecer os fatos e expor que o assassinato foi arquitetado e executado por Fabiano.
“Esclarecer os fatos e expor que a morte de Amalha Mariano foi arquitetada e executada apenas por Fabiano. Fabiano ludibriou Amalha com o fim de levantar valores para “quitar” seu aluguel. Ele a atraiu para a residência dele e a executou. E logo após ocultou seu cadáver, usando o carro dela para transportar o corpo”, disse a advogada.
Ainda de acordo com a advogada Gabrielly Dias, a previsão é de que a audiência encerre somente à noite. Em seguida, será aberto prazo para apresentação das alegações finais e, posteriormente, sairá a sentença.
‘Fininho é uma figura fictícia’
Outro ponto afirmado pela advogada da família ao Jornal Midiamax é sobre a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em desfavor de Fabiano. De acordo com a denúncia, o crime ocorreu também na companhia de um indivíduo conhecido como ‘Fininho’. Ele teria orientado o réu durante a ação criminosa.
Contudo, a advogada da família de Amalha afirma que ‘Fininho’ é uma figura fictícia criada pela defesa do réu. “Fininho é uma figura fictícia criada pela defesa, pois o acusado quer “dividir” a responsabilidade. Ele planejou e executou tudo sozinho. Os demais nomes envolvidos são pessoas que comprariam o carro da corretora”, afirmou a advogada Gabrielly Dias.
Defesa de réu tentou remarcar audiência, mas teve pedido negado
No último dia 21 de janeiro, os advogados Flávio Teixeira Sanches e Karen dos Santos Sanches, que representam a defesa de Fabiano, solicitaram que a audiência fosse remarcada. Isso porque, segundo eles, não houve a quebra do sigilo telefônico.
Porém, a solicitação foi negada nessa quarta-feira (29). A decisão de indeferimento é do juiz de Direito Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande. Além do pedido de redesignação indeferido, o magistrado pontuou sobre a ausência do laudo da quebra de sigilo telemático alegada pelos advogados.
“Indefiro o pedido de redesignação de audiência porquanto a ausência, por ora, do laudo da quebra do sigilo telemático não constitui óbice à continuidade da instrução processual, mormente porque há ainda a fase de produção probatória, se necessária, do artigo 402, CPP, sem prejuízo de se oficiar, novamente, à empresa para remeter o laudo”, determinou o juiz.
Fabiano foi denunciado pelo MPMS
De acordo com o MPMS, de forma premeditada, Fabiano teria espancado a vítima com socos, chutes e tapas. Ainda, batido a cabeça da corretora contra a mesa de madeira e parede, fazendo com que ela perdesse a consciência.
Quando percebeu que ela ainda estava viva, o acusado teria desferido mais socos, chutes e golpes com pedra e pedaço de madeira, conforme a denúncia. Depois, ocultou o corpo na rodovia.
Fabiano usou Jeep Renegade para buscar a esposa na rodoviária após o assassinato
Um guarda civil encontrou Amalha morta, enquanto ele fazia treinamento na região da MS-455, em Campo Grande. Assim, ele encontrou primeiro um par de sandálias e manchas e sangue. Ao entrar no mato, encontrou o corpo da vítima e acionou outras equipes.
Um dia depois, a bolsa e agenda da corretora foram encontradas na Rua Marques de Herval, próximo à MS-010.
Logo, a investigação apontou que Amalha saiu de casa por volta das 11h38 em seu carro para encontrar supostamente um ex-paquera, que lhe devia dinheiro. Posteriormente, a polícia descobriu que um homem estaria vendendo o carro da vítima por R$ 18 mil.
No dia 22 do mesmo mês, a polícia descobriu também que Fabiano usou o carro da vítima para buscar sua esposa na rodoviária e que ele estaria tentando negociar o carro com um dos chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Já no dia seguinte, a polícia encontrou o Jeep Renegade em um terreno. No carro havia impressões digitais de Fabiano e ele acabou preso pelo Batalhão de Choque.
À polícia, ele confessou o crime e disse que premeditou tudo no dia anterior com o comparsa para roubar o veículo. Dessa forma, Amalha foi atraída até a casa dele.
Assim que entrou no imóvel, o suspeito a rendeu e agrediu. Depois, colocou a vítima desacordada no porta-malas do carro e a levou até a rodovia. Então, o acusado voltou para a casa, lavou o imóvel e, por volta das 23h, ‘Fininho’ foi buscar o veículo.
Interrogatório
Durante interrogatório na delegacia, Fabiano disse que conheceu Amalha quando ela foi fazer a venda de um apartamento em dezembro de 2023. A mãe dele queria comprar uma casa.
Disse que não tiveram relacionamento, mas saíram juntos. Segundo ele, Amalha foi até a casa dele, pois precisava de ajuda. Lá começaram a discutir porque ela teria lhe acusado de a procurar quando precisava de dinheiro e disse que contaria para mulher dele.
Ele contou que a corretora avançou contra ele, que a empurrou. Nisso, ela bateu a cabeça e desesperado ele a colocou no carro. No depoimento, ele nega que tenha a matado para roubar o carro.
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