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Polícia

MPMS quer júri popular para namorado acusado de matar Giseli carbonizada

Giseli foi morta no dia 1º de março, sendo a 6ª vítima de feminicídio registrado em MS neste ano
Lívia Bezerra -
Gisele foi assassinada no dia 1º de março deste ano. (Fotos: Reprodução, Redes Sociais e Fala Povo)

O MPMS (Ministério Público de ) pede que seja levado a popular o réu Jeferson Nunes Ramos pelo feminicídio que vitimou Giseli Cristina Oliskowski, em , em março deste ano. Ela foi a 6ª vítima de feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul no ano de 2025.

Giseli foi carbonizada viva em um buraco nos fundos de uma casa, no bairro Aero Rancho, na tarde do dia 1º de março. Antes disso, ela foi agredida com pancadas na região da cabeça.

Na época do crime, Jeferson foi preso e confessou o feminicídio. Ele passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Assim, no último sábado (24), o MPMS apresentou alegações finais pedindo que seja julgada procedente a denúncia e, consequentemente, seja Jeferson pronunciado para ser submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri.

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O documento do MPMS ressaltou pontos levantados durante a fase de instrução do processo, como a oitiva de sete testemunhas e o interrogatório de Jeferson.

Processo

Para o órgão, há indícios suficientes de autoria e comprovação da materialidade do fato. O laudo pericial de exame necroscópico da vítima concluiu que a causa da morte foi “carbonização por ação térmica – queimadura direta”, causada por ação contundente.

No documento, é mostrado que familiares do réu o encontraram no local do feminicídio e que o mesmo teria confessado o crime. “Sendo assim, resta demonstrada a conduta criminosa praticada pela autoria do réu Jeferson Nunes Ramos, considerando a narrativa dos fatos, os depoimentos prestados, assim com o pelas provas colhidas durante a instrução criminal. Portanto, verifica-se que, apesar da tentativa inicial de se esquivar de responsabilidade penal, resta devidamente demonstrado que o acusado Jeferson Nunes Ramos foi o autor do feminicídio contra a vítima Giseli Cristina Oliskowski, sua companheira”, diz o MPMS.

Jeferson é acusado de homicídio qualificado na forma de feminicídio, praticado por meio cruel e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima. Em caso de condenação, o MPMS também pede que seja considerado o aumento da pena, em vista do crime cometido contra mãe de quatro filhos, previsto no artigo 121-A, § 2º, inciso I, do Código Penal. Isso porque Giseli deixou quatro filhos, sendo gêmeas de 3 anos, um adolescente, de 14, e outro de 17 anos.

Além disso, o MPMS requereu uma indenização no valor mínimo de R$ 20 mil para reparação de danos, moral e/ou material.

Defesa pede que réu seja levado a julgamento

Nessa sexta-feira (30), a Defensoria Pública, que representa o réu, apresentou suas alegações finais. No documento da defesa, é ressaltado que Jeferson ficou em silêncio durante seu interrogatório em juízo.

Portanto, para se ter uma análise mais aprofundada dos fatos e provas produzidas, a defesa afirmou que “irá explorar o mérito da questão por ocasião dos debates em plenário do tribunal popular, aguardando, assim, a remessa dos presentes autos ao Egrégio Tribunal do Júri e aos juízes constitucionais do fato, momento em que a plenitude de defesa irá prevalecer.”

Assim, a defesa pediu que Jeferson seja levado a julgamento em plenário.

‘Ela me deu 3 tapas’, alegou namorado

Quando preso, Jeferson confessou o crime e disse que durante uma discussão com Giseli, ela teria dado três tapas no rosto dele, o que acabou o enfurecendo e cometendo o feminicídio. Jeferson relatou que deu uma pedrada na cabeça da namorada.

Logo depois, jogou o corpo da vítima em um poço e ateou fogo. O foi chamado para o local para retirar o corpo de Giseli do poço. Em seguida ao crime, Jeferson foi contido e amarrado por populares, que descobriram os fatos. Ele foi preso e encaminhado para a delegacia.

Gritos de socorro

Na época, o sobrinho contou que mora no bairro e soube que estava havendo brigas na casa. Vizinhos relataram gritos e pedidos de socorro. No entanto, quando chegaram à casa, o crime já havia acontecido. O rapaz, junto com outros familiares, imobilizou o réu até que a polícia chegasse ao local.

Segundo o rapaz, Giseli vivia um relacionamento não monogâmico — e conturbado — com Jeferson (seu ex) e seu atual companheiro. Inclusive, os dois homens já haviam discutido por causa dessa aproximação da vítima com Jeferson, o que resultou na internação do réu devido à gravidade dos ferimentos.

Em 2024, Giseli registrou um boletim de ocorrência por violência doméstica contra o namorado.

Relacionamento tóxico

Conforme o sobrinho, a casa em que Jeferson morava era, na verdade, de sua mãe. A idosa morava no imóvel, mas, cansada de conviver com o vício em drogas do filho, se mudou para a casa do neto, sobrinho de Jeferson. Isso aconteceu há alguns anos e, desde então, Jeferson vinha vendendo tudo o que havia no imóvel para conseguir suprir seu vício. O rapaz conta que o tio trocou até os fios da casa por drogas.

Segundo ele, Giseli e seu atual companheiro também eram usuários e, por isso, os três estavam sempre na casa de Jeferson. Quando estava sóbria, a vítima relatava aos familiares como era sua relação com Jeferson e as brigas que tinham. Giseli e seu companheiro já tinham registrado boletim de ocorrência contra o acusado.

Após o crime, a família de Jeferson pretende vender a residência. O imóvel está abandonado, depredado e tomado pelo matagal.

📍 Onde buscar ajuda em MS

Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.

Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.

☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.

As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.

Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.

📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.

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