O mecânico David Lopes Queiroz teve o pedido de liberdade provisória negado pela Justiça na última quarta-feira (18). Ele é acusado de matar Drielle Leite Lopes e seus três filhos, sendo um deles bebê de 3 meses, em um acidente na BR-060, entre Sidrolândia e Campo Grande, na noite do dia 6 de abril.
Após o acidente, foi constatado que o mecânico usou cocaína antes de pegar estrada. Ele foi preso e continua encarcerado desde a época do acidente.
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No início deste mês, a defesa do mecânico pediu pela sua prisão domiciliar, alegando que o cliente ficou com várias sequelas, precisa de tratamento adequado e que não apresenta risco à sociedade.
Recentemente, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a revogação da prisão preventiva do mecânico com a concessão de monitoramento eletrônico. No pedido, foi argumentado que David continua internado, sem previsão de alta e não há risco de fuga.
Também, o MPMS alegou que o efetivo policial que faz sua escolta ultrapassou o limite e “mesmo com a designação de outras unidades, não supre tamanha demanda, bem como coloca os policiais em risco de contaminação com diversas patologias.”
Contudo, o pedido de revogação foi negado pelo juiz de Direito, Aluizio Pereira dos Santos. Um dos motivos, segundo o magistrado, é que não há um fato novo que possa alterar a situação fático-jurídica do mecânico.
“Notadamente sua prisão foi revista recentemente, tanto reiteradas decisões deste Juízo que mantiveram sua segregação, quanto pelo TJMS em sede de Habeas Corpus, cujas razões do mérito podem ser verificadas na decisão”, diz trecho da decisão.
“A três, o ofício que ora embasa o pleito ministerial é datado de 27-5-2025, bem assim é o documento médico, para o que relembro que, quando da análise da decisão (em 15-5-2025) havia indicação de alta médica para a segunda quinzena de maio, o que não pode ser desprezado, pois indica a possibilidade, em tese, de melhora no seu quadro”, acrescentou o juiz.
Por fim, Aluizio pediu que aguardem a realização da primeira audiência do caso, marcada para a próxima segunda-feira (30).

Mecânico usou cocaína antes de pegar estrada
O mecânico é acusado de provocar a morte de Drielle e seus três filhos, Helena Leite Saraiva, de 10 anos, João Lúcio Leite Saraiva, de 2, e o pequeno José Augusto Saraiva, de apenas 3 meses. David havia usado cocaína horas antes de pegar a estrada naquele 6 de abril.
Informações passadas pelo irmão do mecânico para os policiais que atenderam à ocorrência são de que, no dia do acidente, o autor fez uso de cocaína. Quando os policiais chegaram à Santa Casa, onde o mecânico estava internado sob escolta, ele apresentava sinais de embriaguez, com fala arrastada e palavras de baixo calão.
Acidente na BR-060
Informações passadas para o Jornal Midiamax na época do acidente são de que o médico que atendeu à ocorrência atestou que o motorista do Corsa estava embriagado, mas não foi feito o teste do bafômetro. A suspeita para o acidente é uma tentativa de ultrapassagem mal sucedida.
O veículo Corsa teria tentado ultrapassar uma carreta, mas não conseguiu, já que a Saveiro vinha na direção contrária. Nesse momento, ao tentar retornar para pista, bateu na lateral da carreta e acabou atingindo a Saveiro.
O motorista do Corsa não usava cinto de segurança e foi arremessado para fora do carro, socorrido com múltiplas fraturas. Em seguida, o carro acabou caindo no barranco e pegando fogo.
O motorista da carreta contou que o Corsa estava em alta velocidade e não conseguiu evitar o acidente.
Cortejo marcado por dor e revolta
Revolta, choro, estado de choque. Assim foi a despedida de Drielle Leite Lopes e seus três filhos: Helena Leite Saraiva, de 10 anos; João Lúcio Leite Saraiva, de 2 anos; e o pequeno José Augusto Saraiva, de apenas 3 meses. A mãe de Drielle estava em estado de choque durante o velório, que aconteceu na Câmara de Vereadores da cidade.
O marido de Drielle teve de ser amparado por amigos e familiares durante a despedida da esposa e dos filhos. O bebê de 3 meses foi velado com caixão fechado. “Em relação ao acidente, eu quero a Justiça. Não vai trazer de volta, mas que não aconteça com outros. Porque não foi um acidente, foi uma tragédia, provocada por um ser embriagado, que não pensa na consequência do que vai dar. Destruiu, destruiu muitas famílias”, disse Aucelia Gomes, sogra de Drielle.
A família tinha ido passar o fim de semana em Sidrolândia para visitar a mãe de Drielle e contar a novidade da compra da casa própria que o casal havia conquistado há uma semana, em Campo Grande. “Eles [nora e netos] eram amor, família unida, um pelo outro. Era assim, só brincando, ia para o mercado brincando. Eu ia lá e não sabia o que fazia, colocou o nome de dois filhos, por mim, José e João”, disse Aucelia.
Já sobre o filho, marido de Drielle, a mulher contou que, emocionalmente, ele está destruído. “Os ferimentos não foram muitos, mas o emocional está destruído. Ele até falou que não quer mais viver, mas tem outro filho, né? Nós vamos dar muita força para ele, e Deus já está segurando a mão dele. Nós vamos nos unir um pelo outro”, falou.
O neto de 12 anos que sobreviveu ao acidente continua internado e já teria passado por cinco cirurgias desde o acidente. “Vai ser um tratamento longo, doloroso, mas ele está fora de perigo. Quebrou os dois fêmures, os dois braços e o maxilar”, contou Aucelia.
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