O mês de maio deste ano fechou como o mais mortal para mulheres desde 2015, quando o crime de feminicídio foi tipificado. Uma década depois tivemos os feminicídios de Thácia Paula, Simone da Silva, Olizandra Vera Cano, Graciane de Souza, Vanessa Eugênia e Sophie Eugênia, um bebê de 10 meses.
Maio de 2025 teve seis vítimas que foram assassinadas a facadas, tiros, espancamentos e tiveram seus corpos queimados. Desde o começo do ano, 14 mulheres entraram para as estatísticas do crime no Estado.
Em maio de 2024 nenhuma mulher foi vítima de feminicídio, enquanto no mesmo mês de 2023, uma mulher perdeu a vida no Estado. Já em 2022, três mulheres foram assassinadas em maio, enquanto em 2021, foram cinco vítimas.
Já em 2020, quatro mulheres perderam a vida e em 2019 e 2018, três mulheres foram vítimas de feminicídio em maio. 2017 e 2016 foram respectivamente duas e três mulheres.
Mulheres mortas em maio
No dia 14 de maio, Thácia Paula Ramos de Souza, de 39 anos, foi encontrada morta no rio Aporé, em Cassilândia, após ser agredida pelo marido. Ele negou o crime dizendo que havia deixado Paula na estrada pós uma briga do casal. O corpo de Paula foi localizado três dias depois de desaparecer.
No mesmo dia, Simone da Silva, de 35 anos, foi morta a tiros por um rapaz de 22 anos, em Itaquiraí. O autor era filho do amante de Simone, que também foi preso.
No dia 23 de maio, Olizandra Vera Cano, de 26 anos, foi assassinada pelo próprio marido, durante uma discussão no jantar, em Coronel Sapucaia.
Graciane de Sousa Silva, de 40 anos, morreu no dia 25 de maio, em Angélica, depois de ser hospitalizada após passar quatro dias apanhando do marido. O delegado ainda descartou feminicídio, já que laudos apontaram que Graciane morreu de infecção generalizada.
Em Campo Grande, Vanessa Eugênio Medeiros, de 23 anos, e a filha dela, Sophie Eugenia Borges, de apenas 10 meses, foram encontradas carbonizadas em uma região de mata no Indubrasil. João Augusto Borges de Almeida, de 21 anos, marido e pai da bebê, confessou o crime, alegando que queria se separar da esposa, mas não queria pagar pensão à filha.
A polícia entendeu que a morte da bebê se caracterizava como feminicídio, uma vez que ocorreu por ódio da condição do sexo feminino.
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
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