Grupo que movimentou mais de R$ 18 milhões em golpes do leilão em Mato Grosso do Sul e outros 7 estados brasileiros é alvo da Operação Martelo Virtual, nesta terça-feira (27).
A operação é deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais e está em sua segunda fase. Mais de 100 policiais saíram às ruas e cumpriram 12 mandados de prisão e outros 54 de busca e apreensão em 12 cidades de São Paulo, do Paraná e do Rio de Janeiro.
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Além das prisões, foram apreendidos 32 veículos, cerca de R$ 60 mil e documentos; e, ainda, bloqueados judicialmente 86 imóveis, três motos aquáticas e 506 veículos. Também, foi feito o sequestro de bens e valores que resultaram em R$ 18 milhões, quebra do sigilo bancário e fiscal dos investigados e bloqueio de 1.023 contas bancárias que pertencem a 82 pessoas físicas e jurídicas.
Investigações
As investigações, iniciadas em 2023, tiveram apoio de RIFs (Relatórios de Inteligência Financeira) do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que identificaram movimentações incompatíveis com a renda dos criminosos e forneceram pistas sobre a ocultação dos valores obtidos de forma ilícita.
De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos criavam sites falsos de leilão de veículos, que simulavam portais legítimos. Assim, as páginas eram divulgadas por meio de anúncios pagos, fazendo com que aumentasse a visibilidade nas buscas feitas na internet.
Logo, as vítimas acreditavam estarem arrematando veículos em leilões reais e eram encaminhadas para conversas por aplicativo de mensagens. Em seguida, eles finalizavam a suposta negociação e faziam transferência via Pix para as contas bancárias de terceiros.
Prejuízo
A organização criminosa atuava em Mato Grosso do Sul e outros sete estados, como: Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Tocantins, Bahia, Goiás e Rio de Janeiro.
A Polícia Civil estima que mais de 250 pessoas tenham sido vítimas do golpe. O prejuízo, em alguns casos, chegou a quase R$ 200 mil por pessoa.
As investigações revelaram que, no último ano, os criminosos teriam movimentado mais de R$ 18 milhões. Conforme explicou o delegado João Carlos Garcia Pietro Júnior, o grupo era bem estruturado e tinha uma divisão de tarefas entre os integrantes.
“Havia responsáveis pela criação dos sites falsos, captação de ‘laranjas’ para receber os valores ilícitos e operadores financeiros que realizavam a movimentação dos recursos”, explicou.
Ainda segundo João Carlos, logo que os depósitos das vítimas eram feitos, os valores eram rapidamente transferidos para contas de outros membros do grupo criminoso. Eles fracionavam em várias transações, com o intuito de dificultar o rastreamento.
“Parte do dinheiro era então enviada a um grupo familiar de São Paulo, responsável pela lavagem dos valores por meio da compra de bens em nomes de terceiros”, revelou o delegado.
Martelo Virtual
O nome da operação é em alusão ao martelo usado por leiloeiros em eventos presenciais. Já no formato digital, o martelo simboliza o fechamento dos lances fraudulentos, usados pelos criminosos para aparentar legitimidade ao golpe.
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