O deputado estadual Roberto Razuk, conhecido como Neno, participou na tarde desta segunda-feira (10), da segunda audiência da ‘Operação Sucessione’ no Fórum de Campo Grande. A audiência teve duração de aproximadamente 20 minutos. A primeira audiência do caso ocorreu em novembro de 2024.
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Neno chegou ao Fórum acompanhado do advogado de defesa André Borges. Sem dar muitos detalhes de como foi a audiência, visto que o caso corre em segredo de justiça, André reforçou que o processo deve chegar a Brasília. “É a primeira etapa do processo. Isso aqui passa pelo Fórum, depois pelo tribunal. Ainda tem os tribunais de Brasília, então vai longe”, disse.
A defesa ainda destacou que durante a segunda audiência a juíza deu um novo prazo para o Ministério da Defesa juntar mais documentos. “Talvez vá juntar e protocolar mais alguma coisa, a juíza deu um prazo de cinco dias para o Ministério da Defesa juntar mais documentos”, disse.
A previsão é que o processo em que envolve o deputado e o jogo do bicho deva estar pronto para a sentença em maio.
“Daqui a pouco vem uma fase importantíssima no processo, que são as alegações finais. Então, eu acredito que lá pelo final do mês de maio, esse processo vai estar prontinho para ser sentenciado”, reforçou.
Operação Sucessione
Na época da deflagração da Operação Sucessione, Neno foi alvo de busca e apreensão em sua casa, em um condomínio de luxo, em Campo Grande. A ação prendeu quatro assessores do deputado, além do major aposentado da PM, Gilberto Luiz.
O deputado foi acusado de usar servidores da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) para a organização criminosa do jogo do bicho. As denúncias de servidores da secretaria envolvidos com a organização causaram um racha na secretaria.
Uma reportagem do Jornal Midiamax, em julho de 2024, revelou uma guerra entre os grupos de Neno Razuk, ‘Banca BR’, contra outro grupo, ‘Banca Kapital’, que estaria tentando dominar o jogo do bicho em Campo Grande.
Segundo alguns anotadores de apostas, policiais militares e civis estariam abordando os cambistas para impor a mudança do controle das banquinhas do jogo do bicho para os donos da ‘Banca BR’.
Em agosto de 2024, um perito da Polícia Civil foi denunciado para a Corregedoria por ameaçar anotadores do jogo do bicho do grupo que seria rival a Neno Razuk, que supostamente seria apontado como líder.
Perito da PC usou celular para ameaçar anotadores de grupo rival
Denúncia indica que perito da Polícia Civil fazia ameaças ao grupo rival de anotadores do jogo do bicho, que atuam em Campo Grande. O Midiamax teve acesso ao documento da denúncia.
O documento traz que as novas ameaças começaram um dia antes de 8 de julho de 2024. No dia em questão, uma segunda-feira, a vítima disse que estava em casa, junto da família. Uma vizinha teria mandado mensagens dizendo que tinha visto parado em frente à casa do anotador um Fiat Pálio, de cor vermelha, com três homens, em atitude suspeita.
Um deles desceu do carro e passou a fazer fotos da residência, indo, inclusive, até o portão, se abaixando e fazendo fotos de dentro da garagem da vítima. Logo em seguida, o homem voltou para a esquina, onde continuou de ‘campana’. Momentos depois, a esposa do anotador saiu da residência e percebeu que estava sendo seguida pelo mesmo veículo que anteriormente estava em frente à sua casa.
Com medo, ela parou em uma farmácia para se abrigar e ligou para o marido, que pediu que acionasse a polícia. Um dos ocupantes do carro ainda desceu e ficou na esquina ‘cuidando’ a mulher, que saiu do local indo para uma loja de roupas.
Ela foi seguida mais uma vez pelos ocupantes do carro. O marido da mulher foi em seu encontro e, quando chegou ao local, o ocupante do Fiat Pálio que estava de ‘tocaia’ foi embora. Em seguida, a Polícia Militar chegou ao local e, de acordo com a vítima, um dos militares que estava no local seria um conhecido.
Ao mostrar a foto do suspeito para o policial, ele não o reconheceu. No entanto, ainda conforme o relato, dias antes de ter a esposa perseguida, o anotador revelou que recebeu mensagens com ameaças e intimidações. As ameaças determinavam que ele parasse de trabalhar no grupo que está atuando em Campo Grande, no jogo do bicho.

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