Após matéria veiculada pelo Jornal Midiamax sobre bombeiras convocadas para incêndios florestais no Pantanal, em Corumbá, uma norma foi baixada em que ordenava a volta dos militares que haviam sido convocados para o ciclo de incêndios. Três militares estariam recebendo diárias de R$ 5 mil sem sair de Campo Grande.
Informações obtidas pelo Midiamax indicam que após a publicação da matéria havia sido determinado que cada comandante retirasse da lista de convocação pelo menos dois militares, mas logo depois foi determinada a volta dos bombeiros.
Como justificativa, foi dado o quadro climático atual para o deslocamento de volta dos militares. “Todas as GCIFs regionais (CMB e interior) serão desmobilizadas a partir de hoje (dia 28)”. Ainda segundo informações obtidas pelo Midiamax, as diárias recebidas serão canceladas a partir desta quinta-feira (29), sendo feito o processo de estorno.
Bombeiras recebendo diárias sem viajar
A 3º sargento Daniela, Sinaya e a cabo Samya que estão na lista de convocados para a temporada de incêndios, deveriam ter saído de Campo Grande, no dia 20 de maio, com retorno para o dia 6 de junho, conforme escala dos bombeiros, mas permaneceram na Capital. Pelo período de convocação, as três militares receberiam o valor de R$ 5 mil cada.
A cabo Samya foi flagrada nesta segunda-feira (26), no quartel da Costa e Silva, andando e conversando pelo local quando deveria estar em Corumbá, pela lista de convocação. Já a bombeira Sinaya estava na tarde de segunda (26) combatendo fogo, em um terreno na região da Avenida Gury Marques, enquanto a 3º sargento Daniela estava na base do Parque das Nações Indígenas.
Na lista de convocações estão 84 militares que saíram de Campo Grande para Corumbá. Já de Corumbá com destino a Bonito, cinco militares foram convocados. De Campo Grande para Cassilândia, três militares foram convocados.
No total, 100 bombeiros foram convocados para atuar nas cidades de Porto Murtinho, Bela Vista, Costa Rica e Nova Casa Verde. Conforme informações obtidas pelo Midiamax pelos 15 dias de convocação cada militar receberia o valor de R$ 5 mil cada, o que seria um valor total de R$ 500 mil.

Denúncia no MPMS
Uma denúncia no MPMS (Ministério Público Estadual) foi feita no dia 25 deste mês sobre o recebimento de diárias pelas militares que continuam em Campo Grande, sem deslocamento. A denúncia:

“Informo que o Corpo de Bombeiros Militar está empenhando ações de prevenção, preparação e resposta aos trabalhos atinentes aos Incêndios Florestais. Devido isso militares são escalados conforme o Ciclo 4 – 20.05.2025 a 06.06.2025, estão destinados 84 (oitenta e quatro) militares para a cidade de Corumbá, mas infelizmente não vão todos sendo distribuídos conforme o Diretor de Proteção Ambiental (DPA), Coronel Rampaso, determina.
Os militares são distribuídos de forma injusta, pois existem militares privilegiados pelo Comandante Geral e o Subcomandante que é Diretor do DPA.
A CB SAMYA permanece na cidade de Campo Grande não deslocando para Corumbá e faz os serviços diários administrativos e o pior de tudo isso, recebendo diária como se tivessem na missão. Estava no quartel da Costa e Silva no dia 22 de maio de 2025, na guarnição de incêndio, comprovando mais uma vez que não se deslocou para Corumbá.
A CB SAMYA trabalha no Gabinete do Comandante Geral, como assessora de redes sociais, devido isso tem todos os privilégios e regalias e um sendo é participar dessa missão e recebendo diárias sem se deslocar.
O próprio SubComandante Geral informou para que os militares pudessem participar dessa missão devem tirar serviço operacional e ter feito o teste de aptidão física, mas a mesma não tira serviço operacional, com isso não cumprem a regra por ser protegida.
Os militares que realmente estão na linha de frente em Corumbá lutando pelo meio ambiente e cumprindo a missão vê essa situação e ficam desmotivados, pois estão longe da suas famílias e da sua casa e quanto essa militar está dorme todo dia na sua casa e recebendo diária. Esse período do ciclo a diária conforme ANEXO I DO DECRETO Nº 16.536, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2024, valor de R$ 300 (trezentos reais). Conforme o ciclo, são 17 (dezessete) diárias chegando no valor de R$ 5.100,00 (cinco mil e cem reais).”
O Midiamax entrou em contato com a assessoria do Corpo de Bombeiros para saber sobre o caso, mas até a publicação da matéria não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Queimadas no Pantanal
Em março deste ano, o governo de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência ambiental pelos próximos seis meses. Neste período de emergência, o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS) fica responsável pelo licenciamento da atividade de queima controlada e pode haver queima prescrita e preventiva.
O Pacto pelo Pantanal pretende investir R$ 1,4 bilhão na infraestrutura e conservação do bioma até 2030. O principal ponto do Pacto foi a criação do PSA (Pagamento por serviços ambientais), que vai remunerar produtores do Pantanal por preservação ambiental.
O Estado também anunciou que, neste ano, a Sejusp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) vai investir R$ 34 milhões para que o Corpo de Bombeiros atue em todo o Pantanal. Serão 177 militares do distribuídos em 11 bases, com apoio de viaturas, embarcações e aviões.
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