Defesa quer remarcar audiência de acusado de matar corretora em Campo Grande

Audiência de Fabiano está marcada para 11 de fevereiro, onde deve ocorrer o interrogatório

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Corretora foi morta em Campo Grande (Redes Sociais / Henrique Arakaki, Midiamax)

A três semanas da segunda audiência do caso que vitimou a corretora de imóveis Amalha Cristina Mariano Garcia, a defesa de Fabiano Garcia Sanches pediu ao Poder Judiciário que o ato seja remarcado. O homicídio de Amalha ocorreu em maio do ano passado, em Campo Grande, e o Batalhão de Choque prendeu o acusado dias depois.

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Amalha morreu em uma casa na Rua Socorro, no Jardim Centenário, mas um guarda civil encontrou o corpo. Ele fazia treinamento às margens da MS-455, na região do bairro Jardim Los Angeles, na tarde do dia 21 de maio. Após o crime, o acusado se apossou do veículo da vítima, um Jeep Renegade.

Desde a prisão de Fabiano, a polícia investiga o caso e uma primeira audiência de instrução e julgamento ocorreu em outubro. Depois, a Justiça marcou uma segunda audiência para ouvir Fabiano, no dia 11 de fevereiro, às 16h55.

Porém, quase um mês após a definição da audiência, a defesa do acusado se manifestou pedindo acesso à quebra do sigilo telefônico da vítima e de seu cliente. No requerimento ele alegou que apesar do deferimento, o fato não ocorreu. 

“Importante esclarecer que tal fato constitui cerceamento da defesa, mesmo porque foi esclarecido em audiência que ‘haveria’ fato que absolveria o réu”, argumentou. 

Arquivos de interesse na investigação

O advogado ainda pontuou que a delegada que investiga o caso informou que não encontrou arquivos que sejam de interesse na investigação em andamento. 

“Excelência, tal informação e de uma dubiedade sem precedente, pois a delegada ao mesmo tempo afirma que não possui condições para analisar a documentação, afirma que nada foi encontrado que houvesse interesse na investigação. Ora se a documentação não foi analisada por falta de especialização, como chegou à conclusão que não havia nada importante?”, questionou a defesa de Fabiano.

Por fim, o advogado ratificou o pedido de vistas da quebra de sigilo telefônico, pedindo acesso somente do mês de maio, mês em que ocorreu o crime. 

Depois, a Justiça expediu um mandado de intimação devido à audiência de fevereiro. Já no último dia 15, a 1ª Vara Criminal de Campo Grande determinou a expedição de ofício à operadora para prestar informações sobre a quebra de sigilo de dados. 

Porém, na última terça-feira (21), os advogados Flávio Teixeira Sanches e Karen dos Santos Sanches, que representam a defesa do réu, pediram a remarcação da audiência de fevereiro. Isso, porque segundo eles não houve a quebra do sigilo telefônico.

“Por entender ser prudente adiar o seu interrogatório tendo em vista não ter sido disponibilizado a quebra do sigilo telefônico dele e da vítima, quais são de suma importância para a sua defesa”, alegam. 

A Justiça ainda não analisou o requerimento.

Fabiano foi denunciado pelo MPMS

O crime, segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), ocorreu também na companhia de um indivíduo conhecido como ‘Fininho’.

Sob orientação de ‘Fininho’, de forma premeditada, Fabiano teria espancado a vítima com socos, chutes e tapas. Ainda, batido a cabeça da corretora contra a mesa de madeira e parede, fazendo com que ela perdesse a consciência.

Quando percebeu que ela ainda estava viva, o acusado teria desferido mais socos, chutes e golpes com pedra e pedaço de madeira, conforme a denúncia.

Depois, a dupla ocultou o corpo na rodovia.

Fabiano usou Jeep Renegade para buscar a esposa na rodoviária após o assassinato

Um guarda civil encontrou Amalha morta, enquanto ele fazia treinamento na região da MS-455, em Campo Grande. Assim, ele encontrou primeiro um par de sandálias e manchas e sangue. Ao entrar no mato, encontrou o corpo da vítima e acionou outras equipes.

Um dia depois, a bolsa e agenda da corretora foram encontradas na Rua Marques de Herval, próximo à MS-010.

Logo, a investigação apontou que Amalha saiu de casa por volta das 11h38 em seu carro para encontrar supostamente um ex-paquera, que lhe devia dinheiro. Posteriormente, a polícia descobriu que um homem estaria vendendo o carro da vítima por R$ 18 mil.

No dia 22 do mesmo mês, a polícia descobriu também que Fabiano usou o carro da vítima para buscar sua esposa na rodoviária e que ele estaria tentando negociar o carro com um dos chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Já no dia seguinte, a polícia encontrou o Jeep Renegade em um terreno. No carro havia impressões digitais de Fabiano e ele acabou preso pelo Batalhão de Choque.

À polícia, ele confessou o crime e disse que premeditou tudo no dia anterior com o comparsa para roubar o veículo. Dessa forma, Amalha foi atraída até a casa dele.

Assim que entrou no imóvel, o suspeito a rendeu e agrediu. Depois, colocou a vítima desacordada no porta-malas do carro e a levou até a rodovia. Então, o acusado voltou para a casa, lavou o imóvel e, por volta das 23h, ‘Fininho’ foi buscar o veículo.

Interrogatório

Durante interrogatório na delegacia, Fabiano disse que conheceu Amalha quando ela foi fazer a venda de um apartamento em dezembro de 2023. A mãe dele queria comprar uma casa.

Disse que não tiveram relacionamento, mas saíram juntos. Segundo ele, Amalha foi até a casa dele, pois precisava de ajuda. Lá começaram a discutir porque ela teria lhe acusado de a procurar quando precisava de dinheiro e disse que contaria para mulher dele.

Ele contou que a corretora avançou contra ele, que a empurrou. Nisso, ela bateu a cabeça e desesperado ele a colocou no carro. No depoimento, ele nega que tenha a matado para roubar o carro.

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