A região dos bairros Celina Jallad e Caiobá, onde Daniel Pietro Gomes, de 20 anos, foi agredido por um grupo de traficantes e morreu dias depois, é uma ‘terra sem lei’, segundo o presidente do bairro, Wesley Neres. 

Daniel teria sido agredido por seis homens na última terça-feira (16). Na noite de sábado (20), ele deu entrada no hospital com graves ferimentos, mas não resistiu e morreu. O jovem foi sepultado na tarde dessa segunda (22), em Campo Grande. 

Um morador, que não quis se identificar, contou ao Jornal Midiamax que o jovem era usuário de drogas e tinha ido até uma boca de fumo para reclamar de entorpecente, quando foi agredido. “Ele estava tomando cerveja e resolveu buscar um pino de droga. Foi reclamar e pegaram ele por trás, assim que virou as costas”, contou.

O morador ainda comentou que vizinhos relataram que os traficantes ameaçaram a vítima dizendo que “quem manda são eles”. 

Sobre Daniel, Wesley Neres disse que o jovem era trabalhador, menino de família e querido pelos moradores, pois cresceu no bairro junto com familiares. “O Daniel era um menino bom, de família, ajudava e protegia seus familiares”, relata. 

Ele também falou à reportagem que a família foi ameaçada no velório do jovem e, por isso, a despedida de Daniel contou com a presença da GCM (Guarda Civil Metropolitana) para reforçar a segurança.

‘Terra sem lei’

O presidente do bairro afirma que a região sempre foi considerada a mais violenta da cidade, enfrentando dificuldades no apoio de policiamento e no combate à criminalidade, que cresce cada vez mais.

“Ainda falta muito. Está longe de ser o necessário, mas a dificuldade maior com os moradores aqui é a convivência com o crime, pois a gente acaba tendo que conviver com isso aí. Pode passar viatura aqui, mas eles continuam da mesma forma. Então, nós moradores nos sentimos inseguros”, afirma Wesley. 

Para ele – que mora há mais de duas décadas no Caiobá -, a região virou uma ‘terra sem lei’. “É complicado, virou uma terra sem lei, todo mundo faz o que quer, aí vem o poder paralelo, o crime organizado em si, que é liderado pelas facções. Eles têm o poder de controlar a ‘gurizada’ que fica na área mais baixa”, opina.

Morte de Daniel

O boletim de ocorrência informa que o rapaz teria sido agredido por seis homens no dia 16 de abril, mas teve alta. Já na noite de sábado, por volta das 20h30, deu entrada no Hospital Aparecida Pedrossian com graves ferimentos no rosto, como hematomas e trauma no olho.

Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu após 10 tentativas de reanimação.

Ainda conforme o registro, a família não soube detalhar o motivo das agressões. O caso foi registrado como morte a esclarecer.