Elvis Riola de Andrade, conhecido como ‘Cantor', foi solto após decisão do STJ (Supremo Tribunal de Justiça). Elvis havia acabado de chegar a , extraditado da , fronteira com , em Mato Grosso do Sul.

Ele chegou na noite de quinta-feira (11) a São Paulo e ainda naquela noite foi solto. A informação foi repassada nesta sexta-feira (12) pelo promotor de Justiça, Lincoln Gakiya.

Elvis foi preso em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia e extraditado para o Brasil, por Corumbá, depois levado de avião para São Paulo. 

“Não permitiremos que criminosos com antecedentes no exterior perturbem a paz do povo boliviano”, publicou nas redes sociais o ministro de governo boliviano, Eduardo Del Castillo Del Capio.

Citou ainda que Elvis era procurado no Brasil por tráfico de drogas e homicídio, além de ser membro do PCC. Ele foi levado para Puerto Quijarro, e entregue a policiais militares de Corumbá, na ponte internacional.

O ex-diretor da escola de samba Gaviões da Fiel, é também membro da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e seria um dos líderes da facção na Bolívia. Ele tem extensa ficha criminal.

À UOL, Eliseu Minichillo, advogado de Elvis Riola de Andrade, afirmou que, em 18 de dezembro, o STJ cassou a decisão do TJ. A decisão foi da ministra Daniela Teixeira. O STJ mandou expedir um contramandado de prisão em favor de Elvis. Como não havia nenhuma ordem para prendê-lo em São Paulo, acabou solto.

Já o promotor Lincoln Gakiya disse na quinta-feira (11) que a Procuradoria-Geral de Justiça entrou com pedido de reconsideração para mandar prender Cantor de novo, mas o STJ indeferiu o pedido e manteve a decisão da ministra Daniela Teixeira.

Lincol adiantou que o Ministério Público do Estado de São Paulo vai entrar com novo recurso no STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo o promotor, ‘Cantor' não foi preso no ano passado no Brasil porque estava foragido na Bolívia, cuidando do tráfico de drogas para o PCC — com outros faccionados também fugitivos.

Ficha criminal

Elvis foi apontado pela polícia como um dos criminosos que participaram dos ataques do PCC na cidade de São Paulo em 2006. Ele também foi acusado de matar a tiros o agente do CRP (Centro de Reabilitação Penitenciária) de Presidente Bernardes, Denílson Jerônimo, em 2009. A execução do agente teria sido encomendada pelo PCC.

Foi preso em 2010 e ficou detido até 2021, quando passou para o regime semiaberto. Não foi revelado há quanto tempo ele estava na Bolívia.

Riola foi diretor da Gaviões da Fiel, uma das mais tradicionais escolas de samba do Carnaval de São Paulo, e ligada a torcida do Corinthians, mas foi desligado da escola em 2010, após ser detido.

O criminoso foi condenado a 15 anos de prisão. Porém, como permaneceu preso durante 11 anos e oito meses, a defesa dele recorreu e o STJ relaxou a prisão preventiva. ‘Cantor' ficou atrás das grades até 2021.