O jovem de 24 anos, padrasto do menino de 2 anos que está internado em coma na Santa Casa de Campo Grande, negou ser responsável pela agressão à criança em depoimento prestado na (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) depois de ser preso pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), na terça-feira (30). Ele foi ouvido e liberado já que não havia mandado contra ele.

Na delegacia, o homem contou que estava separado da mãe do menino há três semanas, e que se conheceram há quatro meses. Eles passaram a morar juntos há dois meses, mas devido a uma suposta que ele diz ter descoberto, acabou se separando da mulher.

O suspeito ainda disse que no dia em que a criança foi socorrida machucada, ele estava à procura de emprego junto de sua mãe e afirma ter voltado para a casa onde estava morando. Ele diz que ficou em uma praça na companhia de um amigo quando recebeu uma ligação da ex-companheira contando do ocorrido com o menino. 

Ele nega que tenha agredido a criança e que estava em uma praça na região do bairro quando o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado para fazer o resgate. O suspeito negou que estava no local, mas duas testemunhas teriam o reconhecido e quando a polícia fez o rastreio do celular, o aparelho apontou que o suspeito estava na casa. Ele continuou negando e justificou afirmando que havia emprestado o celular para a mulher fazer a ligação.

O padrasto disse que recebeu uma ligação da mãe da criança pedindo ajuda dizendo que o filho havia caído, momento em que ele foi até o local e emprestou o celular para ela fazer a ligação para o socorro. A criança estava tendo espasmos, segundo o suspeito. 

Ainda na delegacia, ele contou que a mulher ‘surtava' com os filhos e vivia brigando na rua. Segundo o homem, o menino era bem tranquilo, mas a irmã da vítima, de 4 anos, era bem ‘arteira'. Ele ainda contou que fugiu com medo já que tinha um boletim de ocorrência registrado contra ele por violência doméstica.

Histórico policial

O suspeito tem 25 passagens pela polícia que começaram quando ele ainda era adolescente, em 2015.

O homem tem passagens que vão de ameaça, roubo na forma tentada, roubo majorado pelo concurso de pessoas, violência doméstica e já foi preso pela Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) em 2021. A passagem por violência doméstica é de agosto de 2023.  

Avó da criança, de 2 anos, internada após suposta queda. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Agressão de padrasto

O depoimento da avó cita ainda possíveis agressões que o menino e a mãe teriam sofrido por parte do atual padrasto.

À polícia, a avó contou que ficou sabendo pela filha que o neto teria caído, mas não soube como e nem onde os fatos teriam ocorrido. Ela diz que recebeu uma ligação do hospital na terça-feira, dia 23 de janeiro, sendo informada que teria ocorrido um acidente com o neto e que ela precisaria ir até lá buscar a irmã do menino.

No entanto, a avó não tinha condições de ir à e pediu ajuda a um conhecido para buscar a menina.

Conforme depoimento da avó, depois que a menina, de 4 anos, já estava em sua casa, o pai das crianças – ex-detento que deixou o presídio recentemente – teria ido ao local. Ele, então, disse que o menino, de 2 anos, teria morrido, por isso tinha o direito de levar a outra filha.

Ao chegar no hospital, ela descobriu que ninguém havia ido visitar a criança e soube que era mentira que o neto teria morrido. O médico teria dito a ela que o menino chegou muito machucado e com a ‘cabeça rachada'. 

Questionada pela equipe policial se a filha seria capaz de fazer algum mal para o menino, ela teria dito que acredita que tenha sido o namorado da menina, pois já teria ficado sabendo que a mãe e as crianças teriam sido agredidas pelo rapaz.

A avó ainda disse em depoimento que a filha estava com o olho roxo, pois teria se envolvido em briga com ex-colegas da escola. Mesma versão também relatada pela filha à polícia ao ser questionada sobre o machucado no olho.