O homem de 62 anos preso por espancar um morador em situação de rua, com tijoladas na cabeça, na noite de quarta-feira (7), na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande, disse em depoimento na DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) que não se lembrava do que tinha ocorrido. A vítima está internada em estado grave na Santa Casa.

O depoimento foi prestado ao delegado Caio Macedo. O acusado da agressão disse que já havia sido roubado e agredido pelo menos duas vezes pela vítima em outras ocasiões. O homem ainda relatou que não se lembrava do dia anterior.

“Bebo pinga e às vezes uso drogas. Não me lembro”, disse o acusado. Ele ainda relatou que quando foi preso não sabia os motivos. Assim, o delegado explicou e mostrou as imagens de câmeras de segurança em que ele aparece agredindo o morador em situação de rua com tijoladas na cabeça.  

Depois de olhar as imagens, o acusado disse que não era de brigar assim com ninguém. “Não pode ser eu”, falou ao delegado. O homem terminou falando que se fosse ele nas imagens teria que pagar pelo crime. 

Imagens de agressão a morador de rua

Imagens de câmeras de segurança da Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande, mostram o momento em que um homem dá tijoladas na cabeça de um morador em situação de rua, na noite de quarta-feira (7). A vítima foi levada para a Santa Casa.

Pelas imagens é possível ver quando o autor chega ao local com uma mochila nas costas e dois pedaços de tijolos nas mãos. A vítima estava dormindo na calçada quando foi atacada com tijoladas na cabeça. Em seguida, o autor joga os pedaços de tijolos em um carrinho de reciclagem e vai embora.

Testemunhas contaram à polícia que o autor teria dito que o morador em situação de rua estaria devendo a ele. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, e a vítima encaminhada para o hospital em estado grave, sendo internada na ala vermelha. 

Pedaços de tijolos que ficaram no local foram apreendidos pela perícia.

Para o Jornal Midiamax, o proprietário de uma autopeças na Avenida Júlio de Castilho contou que comumente pessoas em situação de rua utilizam o espaço para dormir. “De manhã fica cheio de latas e garrafas de bebidas alcoólicas. Já pedimos ao Serviço Social tentar levá-los para o abrigo, mas eles não querem ir”, explicou.