Policial Federal é condenado e perde cargo por fraude de documentos de imigração 

O Policial Federal, Gilson Castro, é natural da cidade de Ladário

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Imagem Ilustrativa. (Henrique Arakaki, Midiamax)

O Policial Federal Gilson Castro foi condenado e teve a perda do cargo determinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowsk. Ele foi condenado por fraudar documentos de imigração de um casal de libaneses residentes no Brasil. O casal era dono de uma loja de móveis e utensílios para bebês em Campo Grande.

Segundo a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), o agente preencheu do próprio punho os testes de conhecimentos em português do casal. Eles imigraram para o Brasil na década de 2000 e viviam como residentes. Em 2009, deram entrada no pedido de naturalização, segundo informações do Metrópoles. 

Em depoimento, o imigrante disse ter sido atendido pelo agente Gilson Castro, que chefiava o setor, quando apresentou a documentação. Ele contou que era Castro quem resolvia suas questões referentes à permanência no Brasil antes disso.

A esposa do imigrante, disse lembrar de ter preenchido um documento em português em uma das vezes em que esteve na Delegacia da PF e que um agente chegou a ir até sua residência para falar sobre o assunto, mas ela não se encontrava. Também em depoimento, uma colega de Gilson Castro disse que o teste de conhecimentos em português de Fatmé foi devolvido pela sede da PF em Brasília para que fosse refeito. 

Uma sindicância sobre o caso foi assinada pelo próprio Castro. Durante o inquérito, o MPF solicitou um exame grafológico do teste do imigrante e de outros documentos escritos à mão pelo agente. O resultado mostrou que eles haviam sido feitos pela mesma pessoa.

“Laudo produzido pelo perito do juízo concluiu, em síntese: que a caligrafia do teste de português possui convergências com o padrão de escrita de Gilson e tanto o preenchimento do pedido de naturalização de Fatmé, quanto o preenchimento do teste de português e sua assinatura no campo do servidor responsável, como as diversas páginas escritas nas agendas de 2010 e 2011, partiram do mesmo punho escritor de Gilson Moura Castro”, diz a sentença da 5ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande.

À Justiça, o casal negou ter oferecido dinheiro a Castro para acelerar o processo de naturalização, que foi concluído em 2011.

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