O Sinsapp/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul) convocou todos os servidores para uma mobilização em frente ao Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, nesta quarta-feira (6). O sindicato cobra melhores condições de trabalho e segurança em meio a fuga de dois detentos ocorrida na segunda (4).

Douglas Luan Souza Anastacio, conhecido como ‘Dodo’, e Naudiney de Arruda Martins, conhecido como ‘Hip Hop’, fugiram por volta das 03h40 da madrugada de segunda-feira (4) e estão sendo procurados pela polícia. 

Todos os servidores, principalmente da Máxima e do complexo penitenciário, foram convocados a estarem presentes na mobilização, marcada para as 8 horas da manhã desta quarta (6). “A intenção é chamar a atenção e cobrar por melhores condições de trabalho e segurança”, explica o presidente do Sinsapp/MS, André Luiz Santiago. 

No mesmo dia da convocação, o sindicato emitiu nota questionando transferências da unidade penal e denunciou condições ‘favoráveis’ para a fuga de presos.

A entidade expõe a fragilidade do complexo penal da Máxima, cita o aumento da jornada de trabalho, a sobrecarga dos policiais penais – com plantão de 11 agentes para cuidar de 7 mil detentos -, a localização da penitenciária e o motivo de detentos com históricos de tentativas de fugas serem transferidos para a Máxima.

“Com a criação da Polícia Penal, os policiais penais assumiram outras funções. Entre elas, a desempenhada por mais de mil PMs no Estado. O servidor passou a cuidar também das torres, custódia hospitalar, monitoramento e escoltas variadas, o que tem ocasionado uma sobrecarga de trabalho. Quanto ao monitoramento da Máxima, importa destacar que um servidor tem que ficar responsável por 4 telas de 50’, que são subdivididas em 16 vídeos, sendo o total de 64 telas para somente um servidor cuidar. Além disso, a administração determinou o aumento da jornada de trabalho para essa tarefa”, diz trecho da nota.

Complexo ‘frágil’ e condiões que favorecem fuga

Segundo apurado pelo Jornal Midiamax, apenas uma torre de segurança do presídio estaria em funcionamento no dia da fuga dos presos. Já nesta terça-feira (5), a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) ativou mais uma torre de vigilância, que conta com policial penal armado 24 horas por dia. 

Todo o complexo penitenciário que engloba a Máxima, o Presídio de Trânsito, o Centro de Triagem e o Instituto Penal tem aproximadamente 7 mil presos.

Em nota, a Agepen informou que a unidade penal possui um moderno sistema de videomonitoramento. “O Estabelecimento Penal ‘Jair Ferreira de Carvalho’, em Campo Grande, conta com moderno sistema de videomonitoramento, inclusive com câmeras do tipo speed dome, com alto poder de resolução e aproximação. Para aumentar a segurança da unidade penal, foi ativada a vigilância de mais uma torre da muralha, com policial penal armado 24 horas por dia. Adaptações estão sendo realizadas para que as torres de vigilância não fiquem desguarnecidas”.

A agência também ressaltou que os policiais penais se revezam no sistema de monitoramento por câmeras, ficando por duas horas. O mesmo ocorre nas torres de vigilâncias. Os servidores também são capacitados constantemente e realizam horas extras durante o expediente para suprir a demanda de atendimento.

A fuga

Douglas Luan Souza Anastacio e Naudiney de Arruda Martins, conhecido como ‘Hip Hop’ que estavam encarcerados no Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, fugiram da penitenciária na madrugada desta segunda-feira (4). Os dois usaram uma corda, chamada ‘tereza’, que foi jogada de fora para dentro do presídio para a fuga.

Naudiney, que tem passagens por roubo majorado, havia sido transferido em maio de 2023 da Gameleira I, enquanto Douglas, com passagens por tráfico de drogas, estava encarcerado na Máxima desde 2021.

Em nota, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) afirma que os outros dois presos que tentaram fugir junto de Douglas e Naudiney foram recapturados.

Fugitivos que estão sendo procurados.