A Polícia Civil divulgou fotos de dois integrantes de uma quadrilha que se passavam por policiais para roubar drogas em Campo Grande. A investigação iniciou em outubro do ano passado após um homem denunciar o roubo de sua casa onde a droga que guardava foi levada.

Ele disse que os autores teriam se identificado como policiais civis da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).

Entre os procurados estão o policial militar aposentado Roberto dos Santos e o vigilante Emerson Luis Deniz. Roberto era o ‘cabeça’ da quadrilha, que na época agia havia dois anos.

Em novembro, a Derf (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Roubos e Furtos) deflagrou a operação “Impostores” com apoio do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) para cumprir 4 mandados de busca e apreensão e 4 de prisão.

Investigação

Um homem que mora no bairro Aguadinha, na Capital, denunciou ter sido roubado. Ele disse que no dia 18 de outubro do ano passado teve a casa roubada e levaram joias, aparelhos celulares e R$ 15 mil em dinheiro. 

Porém, após ter sido confrontado já que as informações estavam desencontradas, ele confessou que atuava como “guarda-roupa” (gíria conhecida por guardar drogas para traficantes), escondendo 65 kg de cocaína em sua residência. Disse ainda que teria sido abordado por indivíduos que se identificaram como policiais civis da Denar.

Os homens usavam roupas operacionais, portavam arma de fogo, algemas e se chamavam entre si de “stive” (forma que um policial se dirige a outro nas ações policiais). Os tais ‘policiais’ estavam ainda com os veículos Gol de cor vermelha e Ônix de cor prata. Eles teriam realizado revista na casa, quando “apreenderam” 65 kg de cocaína e dois aparelhos celulares.

Os ladrões fizeram a “prisão” do homem, colocando-o no Ônix, informando que o conduziriam à Denar, porém eles o libertaram no bairro Cristo Redentor e seguiram para local desconhecido em poder da droga e dos celulares subtraídos.

O homem relatou que somente registrou o boletim de ocorrência noticiando falsamente a subtração de dinheiro e joias porque estava desesperado em obter imagens de câmeras de segurança na vizinhança e, assim, prestar contas da perda da droga pertencente à facção criminosa, sob pena de ser morto.

Diligências e identificação

Após investigação, a polícia identificou quatro autores, sendo um policial militar aposentado, de 59 anos, um ex-policial militar, de 52 anos, expulso em 2004, um vigilante, de 48 anos, e um técnico em agrimensura, de 25 anos.

Todos foram indiciados pelas infrações penais de roubo majorado, tráfico de drogas, associação para o tráfico e fingir-se funcionário público.

A polícia ainda apreendeu os veículos, uma algema, 18 kg de cocaína e coletes policiais.