Cerca de 23 detentos passaram por rodízio entre as penitenciárias federais do Brasil na última sexta-feira (1º). A transferência terminou somente nesse domingo (3) e acontece com o objetivo de garantir o enfraquecimento das lideranças do crime organizado. 

No último dia 14 de fevereiro, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça fugiram do presídio federal de segurança máxima, localizado em Mossoró (RN). Os dois integram o Comando Vermelho, principal facção criminosa do Rio de Janeiro. Diversas forças de segurança intensificaram as buscas desde a fuga. 

Quem realizou o remanejamento dos detentos desse fim de semana foi a Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), através da DISPF (Diretoria do Sistema Penitenciário Federal), medida importante para o funcionamento perfeito dos presídios. 

“Pois visa impedir articulações das organizações criminosas dentro dos estabelecimentos de segurança máxima, além de enfraquecer e dificultar vínculos nas regiões onde se encontram as Penitenciárias Federais”, reforça a secretaria.

O rodízio dos internos faz parte da rotina das unidades prisionais federais. Questionada se há detentos transferidos para Mato Grosso do Sul, a Senappen cita que, por motivos de segurança, não informa a localização dos presos. 

(Reprodução, Senappen)

Moradora afirma ter visto fugitivos de Mossoró

Uma moradora, que estava acompanhada de crianças, disse que viu a dupla com roupas sujas enquanto comiam bananas em uma plantação na última quinta-feira (29). Assustada, ela pediu socorro e os detentos fugiram para o matagal, segundo o Terra Brasil Notícias. O policiamento foi reforçado na região. 

Há indícios que os dois fugitivos estavam próximo à divisa entre RN e o Ceará, quando começaram a retornar, percorrendo cerca de 8 quilômetros em direção ao presídio de onde haviam fugido.

A fuga

Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça, integrantes do Comando Vermelho e oriundos do sistema penitenciário do Acre, foram os dois primeiros a conseguirem escapar de uma unidade federal, modelo existente desde 2006. Esse tipo de penitenciária é o que abriga detentos líderes de facções como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). No total, são cinco presídios desse modelo no País: além de Mossoró, há unidades em Catanduvas (PR), Campo Grande, Porto Velho e Brasília. A do Paraná foi a primeira, inaugurada em junho de 2006.

Os fugitivos são de alta periculosidade e são encarregados por matar pessoas no ‘Tribunal do Crime’ da facção, no Acre.