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Polícia

‘Mãe, vai dar tudo certo’: Antes de Justiça mandar prender, Marisilva sonhou com filho que pedia para não chorar

Thiago e Willian foram condenados a 12 anos de prisão, mas saíram pela porta da frente do tribunal
Thatiana Melo -

Quase um ano depois do julgamento de Thiago Giovanni Demarco Sena e Willian Enrique Larrea, condenados a 12 anos de pelo homicídio qualificado de Wesner Moreira em um lava-jato de Campo Grande, Marisilva Moreira vai poder descansar com a decretação de que a dupla comece a cumprir a sentença.

Em uma conversa com o Jornal Midiamax, em que Marisilva não conseguiu segurar as lágrimas, mas agora de alegria pela determinação da Justiça, ela disse que vai poder começar a cuidar dela e que cumpriu o que havia prometido para o filho.

“Eu prometi para ele que não ia descansar até que a Justiça fosse feita e cumpri”, falou Marisilva. Ela ainda relatou com a voz embargada que dias antes da decisão sonhou com o filho, que falava “mãe vai dar tudo certo. Não chora mais”. 

Marisilva ainda falou, orou muito e pediu a Deus que a Justiça fosse feita e agora viu que a lei foi cumprida. “É 24 horas de dor e depois que vi a decisão chorei de alegria”, disse ao Midiamax. Depois de cumprir o que havia prometido no leito do para o filho, Marisilva disse que agora vai poder cuidar dela depois da Justiça ser feita.

No dia do julgamento, ela relembra o choque ao ver Thiago e Willian saindo pela porta da frente junto dela no tribunal. O julgamento foi em março do ano passado, e a dupla foi condenada a 12 anos de prisão, mas na época saiu pela porta da frente do tribunal ao recorrer da decisão que os condenou à prisão.

Agora, no dia 16 de fevereiro, o juiz mandou que fossem presos. “Encaminho Mandado Judicial de Prisão e a decisão que a decretou, expedido nos autos supracitados, em desfavor de Willian Enrique Larrea e Thiago Giovanni Demarco Sena, para os devidos fins”.

Morte de Wesner

O crime aconteceu no dia 3 de fevereiro de 2017. Na noite do dia 2, Wesner afirmou para a mãe que pegaria carona com Thiago, um dos acusados pelo crime. “Ele falou, mãe me acorda bem cedo que o Thiago vai vir me buscar para ir ao serviço”.

“No outro dia, quando o Thiago estava batendo na porta, senti até uma coisa ruim, mas meu filho foi”, conta Marisilva. Segundo a peça acusatória, na data de 3 de fevereiro de 2017, por volta das 10 horas, no Lava Jato, localizado na Avenida Interlagos, na Vila Morumbi, a dupla introduziu uma mangueira de ar no ânus de Wesner, causando-lhe ferimentos e, em seguida, sua morte.

Wesner teria pedido para Willian que comprasse um refrigerante e o mesmo questionou: “De novo? Agora toda hora Coca-Cola!”, e passou a bater na vítima com um pano utilizado para limpar carros, em tom de brincadeira.

Ainda conforme o processo, Wesner pediu para que ele parasse, mas não foi atendido. Em certo momento se afastou, mas foi imobilizado por Willian que o levou até Thiago, que por sua vez, com a mangueira de compressor de ar, retirou a bermuda e cueca da vítima e introduziu o equipamento em Wesner.

Imediatamente, o adolescente começou a passar mal e vomitou, sendo levado ao Centro Regional de Saúde do bairro Tiradentes e, posteriormente, ao Hospital Santa Casa, onde permaneceu internado até dia 14, quando morreu. O laudo apontou que o óbito foi causado por ruptura do esôfago e choque hipovolêmico por hemorragia torácica aguda maciça.

Quando a mãe ficou sabendo, o filho já estava no hospital. “Estava muito inchado, irreconhecível”, relata. “Fiquei esperando ele melhorar, quando um dia me contou o que aconteceu. Falou que eles sempre faziam esse tipo de brincadeira com ele e, na última vez, um deles laçou ele com pano molhado e o outro colocou a mangueira”, lembra a mãe.

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