Em meio a guerra de facções, líder do Comando Vermelho de Sonora é preso após fugir para o MT

Sogro do criminoso foi morto em seu lugar no dia 28 de fevereiro por integrantes de facção rival em Sonora

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(Reprodução, Polícia Civil)

O líder da facção criminosa CV (Comando Vermelho) em Sonora, município que vive uma onda de violência com 7 mortes em meio a guerra de facções, foi preso pela Polícia Civil em Mato Grosso, na tarde desta quarta-feira (17). Na última segunda (15), um atentado em uma boate de Sonora acabou com uma funcionária morta. O alvo era um adolescente de 13 anos. 

Identificado apenas como ‘Coyote’, de 31 anos, o homem é investigado por liderar a organização criminosa, usava tornozeleira eletrônica e estava com mandado de prisão em aberto. 

Ele foi preso por equipes do Garras (Delegacia Especializada na Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) e com apoio da Polícia Civil do MT durante a Operação Divisa. 

No dia 28 de fevereiro, integrantes da facção rival tentaram matar Coyote, mas seu sogro – que estava sentado em uma cadeira na varanda de casa -, foi atingido a tiros na cabeça e acabou morrendo. O criminoso – que era monitorado por tornozeleira eletrônica -, conseguiu fugir para o Mato Grosso.

A Operação Divisa, deflagrada pela Polícia Civil em Sonora, para combater o crime organizado na divisa entre os dois Estados.

7 mortes

disputa pelo poder econômico estaria ligada à guerra de facções entre PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho), com a vinda de membros da facção rival do estado de Mato Grosso para a cidade de Sonora, a 361 quilômetros de Campo Grande.

Em janeiro, um empresário morreu por engano após um atirador tentar matar o funcionário dele em briga por facção. Em seguida, em fevereiro, confronto com a polícia terminou com dois supostos integrantes do Comando Vermelho mortos na cidade.

Além disso, já em março, atentado em ginásio de esportes deixou mais dois mortos e um ferido, também palco da disputa pelo tráfico na região.

Já no dia 28 de março, Jose Augusto Pereira da Silva, de 28 anos, conhecido como ‘Da Leste’, morreu em confronto com a polícia em um terreno com vários quartos no fundo, na Rua do Engenho no Bairro Vila Nova. Ele teria atirado ao avistar os policiais, que revidaram. Denúncias eram de que no local funcionava uma boca de fumo e também teria armas de fogo.

A funcionária de uma boate, Sabrina Machado, de 18 anos, foi morta com um tiro no tórax na madrugada da última segunda-feira (15), já o alvo, um adolescente de 13 anos, ficou ferido na perna. No local, a perícia recolheu 13 cápsulas .380 e dois projéteis.

Três adolescentes apreendidos em flagrante confessaram que receberam ligação por videoconferência para instruções de como o crime ocorreria, desde a localização até instruções para retirar o alvo de dentro da boate.

Facções tentam controlar narcotráfico em MS

Rota para o tráfico de drogas, Mato Grosso do Sul acabou virando palco para embates entre as duas facções criminosas: PCC (Primeiro Comando da Capital) – que historicamente domina o Estado há pelo menos 25 anos, onde criou uma subsede da facção – e o CV (Comando Vermelho) – que agora tenta ‘invadir’ e dominar o Estado gerando guerra entre as facções.

Para o promotor de Justiça do estado de São Paulo, Márcio Sérgio, autor do livro Laços de Sangue – A História Secreta do PCC, em entrevista para o Midiamax, este embate entre as duas facções no Estado está longe de acabar, já que para o CV o Estado tem um papel importante na saída de drogas, assim como para o PCC, que tenta manter a sua hegemonia usando Mato Grosso do Sul como subsede da facção.

Neste embate que passou a surgir em Sonora, o promotor fala da relação de oportunidade que o CV viu ao tentar entrar no Estado para expandir sua rota. “Uma questão estrutural, e que deverá eclodir novamente com mais disputas entre as facções”, fala Márcio.

Mesmo depois da situação controlada pelas forças policiais que deflagraram a Operação Divisa, contra a guerra de facções, o promotor paulista não descarta novos embates entre PCC e CV. “Em algum ponto vai eclodir novamente esta disputa”, falou.

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