Juízes que inocentaram ‘Cachorrão’, envolvido na morte do jornalista Léo Veras, podem ser suspensos
Sentença já foi anulada, mas Waldemar Pereira Rivas continua solto
Marcos Morandi –
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Passados mais de quatro anos do assassinato do jornalista Léo Veras, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, o caso segue em aberto. Os alvos agora são membros da própria da Justiça do Paraguai, que passam a ser investigados.
Nessa quinta-feira (18), o JEM (Júri de Acusação de Magistrados) abriu os procedimentos de acusação de três juízes que libertaram Waldemar Pereira Rivas, vulgo ‘Cachorrão’, pelo assassinato do jornalista Leo Veras, ocorrido em fevereiro de 2020.
Segundo a denúncia, as magistradas Carmen Elizabeth Silva Bóveda, Ana Graciela Aguirre Núñez e Mirna Carolina Soto González, integrantes do Tribunal de Sentenças da Comarca de Amambay terão de ser responsabilizados pela absolvição de ‘Cachorrão’.
O criminoso, que já estava preso e que pertence ao PCC (Primeiro Comando da Capital), foi considerado inocente pelo assassinato do jornalista, conforme sentença assinada pelas três juízas no 11 de novembro de 2022. Ele saiu pela frente do tribunal paraguaio e desapareceu.
Entretanto, após revisão de Waldemar Pereira Rivas, a Justiça decidiu anular a sentença e ele foi colocado novamente no banco de réus. A decisão que determinou a sua absolvição pela morte do jornalista Léo Veras foi anulada no dia 24 de fevereiro do ano passado.
Durante o júri, a principal testemunha disse em plenário que não podia contar muita coisa, já que nem a fisionomia dos autores viu no dia do assassinato.
A testemunha revelou, apenas, que viu um carro de cor branca fugindo do local. Diante da inconsistência do depoimento da testemunha, que inclusive era ligada ao jornalista, o jurado absolveu o criminoso por envolvimento no crime.
Execução de Léo Veras
Léo estava em casa, jantando com a família, quando o grupo invadiu o local, na noite do 12 de fevereiro de 2020. Um dos autores ficou no veículo modelo Jeep Grand Cherokee usado no transporte, e outros três realizaram o ataque.
Logo ao levar os primeiros tiros, Léo correu para os fundos da residência, uma área escura, na tentativa de se proteger, mas foi perseguido. Lá, os criminosos terminaram de matá-lo com o total de 12 disparos.
Em seguida, o amordaçaram. Vídeos do local do crime divulgados logo após o assassinato mostram um pano branco, ensanguentado, que foi usado para tapar a boca do jornalista.
Prisões após execução de jornalista
Cinco homens e uma mulher suspeitos de ligação na execução do jornalista Léo Veras foram presos ainda em 2020. As prisões aconteceram após a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), na época, divulgar que os tiros que atingiram o jornalista Lourenço Veras, o Léo Veras, tinham sido disparados de uma pistola Glock 9 mm.
Esta mesma arma teria sido usada em execuções de ao menos outras sete pessoas na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero. Todos os crimes estariam relacionados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo a Associação.
Exame de balística forense feita na capital Assunção, identificou em cartuchos recolhidos na casa de Léo, o mesmo padrão de marca produzido pelo percussor da pistola no instante do disparo, que é uma espécie de impressão digital, única para cada arma.
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