Justiça anula absolvição de ‘Cachorrão’; pistoleiro é acusado de matar o jornalista Léo Veras

Decisão foi tomada nesta sexta, após apelação do Ministério Público do Paraguai

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'Cachorrão foi peso em maio de 2020 e solto em novembro do ano passado (Foto: Reprodução/Polícia Nacional)

A Justiça do Paraguai coloca Waldemar Pereira Rivas, o ‘Cachorrão’ novamente no banco de réus. Nesta sexta-feira (24) a decisão que determinou a sua absolvição pela morte do jornalista Léo Veras foi anulada.

‘Cachorrão’ foi considerado inocente e liberado pelo Tribunal de Execução do Paraguai em novembro do ano passado. Durante o júri, a principal testemunha disse em plenário que não podia contar muita coisa, já que nem a fisionomia dos autores viu no dia do assassinato.

A testemunha revelou, apenas, que viu um carro de cor branca fugindo do local. Diante da inconsistência do depoimento da testemunha, que inclusive era ligada a ao jornalista, o jurado absolveu o crimino por envolvimento no crime.

A decisão gerou polêmica no meio jurídico de Pedro Juan Caballero e foi criticado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) do Paraguai que ordenou uma auditoria. A anulação do julgamento de ‘Cachorrão’ foi pedida pelo procurador Andrés Arriola.

No mesmo dia em que foi anunciada sua absolvição em julgamento oral, o criminoso que tem ligações com o PCC (Primeiro Comando da Capital) saiu pela porta da frente do Tribunal de Justiça e nunca mais foi visto em Pedro Juan Caballero.

‘Cachorrão’ foi preso no dia 1º de maio daquele ano, em Pedro Juan Caballero, por agentes da polícia paraguaia. Durante o julgamento, foi incluído pelo Ministério Público o laudo técnico da perícia do celular de Waldemar Pereira Rivas.

O aparelho foi apreendido na cela de ‘Cachorrão’, no presídio. Também foi verificado que o Jeep Renegade, de cor branca, usado na execução do jornalista, era de propriedade de ‘Cachorrão’.

Execução de Léo Veras

Léo estava em casa, jantando com a família, quando o grupo invadiu o local, na noite do 12 de fevereiro de 2020. Um dos autores ficou no veículo modelo Jeep Grand Cherokee usado no transporte, e outros três realizaram o ataque.

Logo ao levar os primeiros tiros, Léo correu para os fundos da residência, uma área escura, na tentativa de se proteger, mas foi perseguido. Lá, os criminosos terminaram de matá-lo com o total de 12 disparos.

Em seguida, o amordaçaram. Vídeos do local do crime divulgados logo após o assassinato mostram um pano branco, ensanguentado, que foi usado para tapar a boca do jornalista.

Prisões após execução de jornalista

Cinco homens e uma mulher suspeitos de ligação na execução do jornalista Léo Veras foram presos ainda em 2020. As prisões aconteceram após a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), na época, divulgar que os tiros que atingiram o jornalista Lourenço Veras, o Léo Veras, tinham sido disparados de uma pistola Glock 9 mm.

Esta mesma arma teria sido usada em execuções de ao menos outras sete pessoas na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero.

Todos os crimes estariam relacionados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo a Associação. Exame de balística forense feita na capital Assunção, identificou em cartuchos recolhidos na casa de Léo, o mesmo padrão de marca produzido pelo percussor da pistola no instante do disparo, que é uma espécie de impressão digital, única para cada arma.

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