A investigadora afastada durante a deflagração da Operação Juramento Quebrado feita pela DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), no dia 15 deste mês, já foi denunciada pelo MPMS (Ministério Público Estadual) por vazamento de informações. Dois policiais civis foram afastados.

Os policiais estavam lotados na Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) e na 2ª Delegacia de Polícia Civil, em Campo Grande.

Em 2022, a investigadora foi denunciada pelo MPMS depois de vazar informações, no dia 12 de novembro de 2020 e 18 de novembro de 2020, de um processo de guarda de filhos de um casal em separação. 

Consta na denúncia, que a investigadora usou de sua senha no sistema Sigo para descobrir dados sigilosos e repassar para uma das partes no processo de guarda. “A investigadora revelou fato de que tinha ciência em razão do cargo e que devia permanecer em segredo e facilitou-lhe a revelação, resultando dano à Administração Pública ou a outrem, ao disponibilizar dados sigilosos do sistema SIGO de (x) a (x), para que este utilizasse para obter vantagem diante do processo de custódia de seus filhos contra a ex-mulher.”

A mulher estava em um novo relacionamento e o ex-marido usou de dados do atual companheiro da ex para conseguir a guarda das crianças. Na época da descoberta do vazamento dos dados, o homem disse que havia encontrado os documentos em uma lixeira perto do escritório de advocacia resolvendo usar na audiência da guarda.

Uma audiência de instrução e julgamento do caso foi marcada para o dia 7 de junho deste ano. Os nomes dos envolvidos no processo não foram colocados na matéria para preservação.

Policiais envolvidos grupo de execuções

Os policiais afastados ajudavam o grupo criminoso em execuções no bairro Moreninhas, e informações obtidas pelo Midiamax estariam envolvidos em pelo menos três assassinatos. O que eles faziam dentro da organização ainda não foi revelado.

O afastamento foi publicado em Diário Oficial desta terça-feira (19), onde é determinado determinando “o recolhimento das armas, carteiras funcionais e demais pertences do patrimônio público destinados aos referidos policiais, além da suspensão de suas senhas e logins de acesso aos bancos de dados da instituição policial, sistema SIGO, INFOSEG, suspensão de férias e avaliação para fins de promoção e conclusão de estágio probatório”.

O afastamento foi assinado pelo corregedor Clever José Fante Esteves.

A operação

A operação teve início com investigação de homicídios registrados no bairro Moreninhas, que envolvia organização criminosa que recebia a colaboração dos policiais civis. 

Os agentes foram afastados cautelarmente das funções por decisão da Justiça e estão proibidos de manter contato direto ou indireto com outros investigados e seus advogados. A operação foi liderada pela DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), com apoio da Corregedoria Geral da Polícia Civil. As investigações estão sob sigilo.