Há dois anos, no mês de conscientização e de combate à violência contra a mulher, Eloisa Rodrigues de Oliveira, de 36 anos, foi morta com quatro facadas pelo ex-marido, Fabiano Querino dos Santos, de 36 anos, e o pior, na frente dos filhos. O crime aconteceu no bairro Parque do Lageado, em Campo Grande. 

Eloisa foi vítima do crime que também tirou a vida de outras 1.440 mulheres no Brasil naquele ano de 2022, sendo 42 vidas perdidas em Mato Grosso do Sul.

Em 2023, apesar do número ter reduzido em MS, continua preocupante. Em pouco mais de 2 meses desse ano de 2024 já são contabilizadas 7 mulheres assassinadas no Estado. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgados na quinta-feira (7) mostram que o estado sul-mato-grossense é o 4º que mais mata mulheres em todo o Brasil.

Feminicídio de Eloisa

Naquele dia 17 de março de 2022, quando aconteciam diversas ações de combate à violência contra a mulher em alusão ao Dia da Mulher, Eloisa cozinhava quando Fabiano, que também estava na casa, pegou a faca e atingiu a vítima. Além disso, ele não teria gostado de não ter roupas ou sapatos na casa da vítima.

Fabiano foi condenado a 26 anos de prisão

Em depoimento na delegacia, dizia que tinha sido “envergonhado diante da sociedade e da polícia”, por conta dos boletins de ocorrência já registrados pela vítima contra ele, 9 no total. Após as facadas, Fabiano saiu calmamente da casa, enquanto Eloisa gritava por socorro.

O feminicida insistiu em afirmar que matou Eloisa porque ela mantinha um relacionamento com outra pessoa. No entanto, não soube nem dizer o nome desse suposto amante.

Eloisa chegou a ser socorrida após as facadas, mas morreu na Santa Casa. Ela foi esfaqueada na frente dos filhos e socorrida por vizinhos após a fuga de Fabiano, que acabou preso se escondendo em Ribas do Rio Pardo, na casa de amigos.

Condenação

Fabiano foi condenado em novembro do mesmo ano a mais de 26 anos de prisão por feminicídio qualificado por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele está preso desde o dia seguinte ao crime, 18 de março de 2022.

Apoio

Localizada dentro da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), a Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande possui diversos serviços de atendimento à mulher. Além da delegacia, abriga a primeira Vara Especializada em Medidas Protetivas e Execução de Penas do país e a Defensoria Pública. Há ainda o setor psicossocial, e até abrigo para mulheres com ou sem filhos que correm risco.

A Casa fica na Rua Brasília no Jardim Imá, próximo ao Aeroporto Internacional de Campo Grande. Vale lembrar que a mulher pode solicitar medida protetiva mesmo sem ter feito registro do boletim de ocorrência, inclusive, o pedido pode ser solicitado online também, no site do Tribunal de Justiça.