Dono de Porsche que matou motoentregador briga para não indenizar pedreiro que atropelou em 2014

Dono de bar chique em Campo Grande, Arthur Torres Rodrigues Navarro atingiu um trabalhador há 10 anos e o deixou com sequelas irreversíveis

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(Reprodução)

Arthur Torres Rodrigues Navarro, empresário do Bada Bar – estabelecimento localizado em bairro de alto padrão de Campo Grande -, motorista da Porsche Cayenne que matou o motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira na noite do dia 22 de março, responde a um processo de R$ 282 mil por atropelar um pedreiro em agosto de 2014, em Campo Grande

Na época, o pedreiro tinha 64 anos e conduzia uma motocicleta na Avenida Bom Pastor, quando foi atingido por um Fiat Uno – conduzido por Arthur -, no cruzamento com a Avenida Coronel Porto Carreiro. O acidente aconteceu na manhã do dia 19 de agosto. 

Arthur teria desrespeitado a preferencial que era do motociclista, causando a colisão. A vítima sofreu fraturas nos membros inferior e superior, sendo socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para a Santa Casa da Capital. 

Devido às lesões, o pedreiro foi submetido a cirurgias e fisioterapias para correção, mas não houve melhora, o que ocasionou perdas funcionais de seus membros. Com isso, ele ficou impossibilitado de trabalhar.

Por este fato, a vítima entrou com ação de indenização por danos morais, corporais, estéticos e materiais decorrentes de acidente de trânsito pedindo R$ 282.400,00.

A defesa do empresário, representada pelos advogados André Borges e Lucas Rosa, se manifestou em relação ao acidente de 2014, afirmando que o caso é antigo e a responsabilidade não está definida.

“Caso é antigo e em nada se relaciona com o acidente de trânsito atual; defesa já foi apresentada; nada ainda foi decidido pelo Judiciário; ou seja: responsabilidade pelo primeiro evento também não está definida; devemos aguardar com serenidade a conclusão do processo”.

Acidente que matou motoentregador na Rua Antônio Maria Coelho

O acidente aconteceu na noite do dia 22 de março e Hudson morreu dois dias depois na Santa Casa da Capital. O dono do carro de luxo se apresentou na delegacia somente duas semanas após o crime, e alegou que fugiu por ‘achar que não era grave’. 

O empresário teria acabado de sair do bar em que é proprietário, quando se envolveu no acidente, a caminho de casa. No carro, estava ele e um funcionário. O funcionário poderá responder por omissão de socorro por não ter prestado socorro ao motoentregador

Câmeras de segurança flagraram o empresário Arthur Torres Navarro dirigindo em alta velocidade após fugir do acidente. O caso está sendo investigado pela 3ª Delegacia de Polícia Civil, que também solicitou exames de perícia para apurar se o motorista estaria em alta velocidade quando atropelou o motoentregador. 

Arthur ficou com o Porsche parado de sexta a domingo, quando levou o carro para a casa do irmão e a peça danificada para um martelinho. Atualmente, ele responde em liberdade por homicídio culposo na direção de veículo automotor, pois inicialmente, o caso foi registrado como lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.

Depois, foi alterado para homicídio, com a morte de Hudson. A partir daí a polícia tomou conhecimento dessa morte. Com 5 dias úteis dessa data, no dia 2 de abril, a delegada instaurou inquérito e iniciou diligências para identificar o autor do crime.

Em áudio desesperador enviado à esposa na noite do dia 22, Hudson pediu que ela fosse até o local do acidente o mais rápido possível. Ele teve a lateral direita da moto atingida pelo carro, que lhe causou fratura exposta na perna. 

“Vem aqui, cara. Vem ligeiro, vida. Acabou com a minha perna, acabou”, diz o motoentregador. Logo, a esposa responde: “Estou indo aí, espera aí” e finaliza dizendo que outra pessoa também está a caminho para ajudar a socorrê-lo.

Hudson morreu aos 39 anos e deixou esposa, cinco filhos e quatro enteados.

Arthur é dono de empresas em Campo Grande

Arthur Torres tem participação em 5 CNPJs, entre elas o Bada Bar, em Campo Grande. O capital social das empresas soma aproximadamente R$ 800 mil.

Ele também tem empresas de investimentos e de negócios imobiliários, entre elas: Navarro Investments, Águia Real Negócios Imobiliários. Outras duas empresas, identificadas como Conav Empreendimentos e Castro Design, também tem participação do empresário, porém estão inativas atualmente.

O empresário dirigia um Porsche Cayenne no dia do acidente, um veículo avaliado em aproximadamente R$ 1,2 milhão.

A defesa de Arthur, feita pelos advogados André Borges e Lucas Rosa, se manifestou por meio de nota sobre o caso, afirmando que o cliente se apresentou na delegacia e lamentou profundamente o ocorrido.

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