Com plano de ‘calar' vítimas, réus por exploração infantil foram presos pela Polícia Civil, em Bataguassu, a 335 quilômetros de Campo Grande, nesta terça-feira (12), um dia antes de uma audiência sobre o caso. A prisão aconteceu durante a Operação Força e Pudor II.

No ano passado, a polícia descobriu que um grupo de 14 pessoas integrava uma rede de exploração sexual de vulneráveis em Mato Grosso do Sul. Eles tinham um book de adolescentes que eram vítimas da rede. Um casal de cafetões foi preso.

A audiência de instrução do inquérito que revela um envolvimento de empresários, políticos e servidores públicos em uma rede de prostituição infantil, está marcada para acontecer nesta quarta-feira (13). Mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos na cidade.

Os criminosos estavam planejando subornar as vítimas, pagando R$ 2 mil para evitar que prestassem depoimentos ao juiz, enviando-as para um resort em São Paulo a fim de afastá-las da cidade. As vítimas que recusaram os valores foram constrangidas e ameaçadas por meio de ligações de pessoas que se autodenominavam faccionados. 

De acordo com a Polícia Civil, a equipe de investigação “reagiu com agilidade, frustrando uma tentativa criminosa de obstruir a Audiência de Instrução do Inquérito sobre Exploração Sexual de Menores”.

Agora, a polícia busca reunir provas para uma nova fase de investigação focada em corrupção ativa de testemunha e associação criminosa.

Operação indiciou 14 pessoas em 2023

Entre os 14 indiciados em março do ano passado por exploração sexual há ex-vereadores, servidores públicos estaduais e empresários. Um casal de cafetões foi preso, pois mantinha uma espécie de “cardápio” com fotos de adolescentes que era mostrado à rede de clientes.

A cafetina aliciava adolescentes e as prostituía para clientes, entre eles ex-vereadores e policiais militares, por exemplo. Um dos locais onde os programas eram feitos é a casa de um dos policiais.