O juiz Aluizio Pereira dos Santos retirou de pauta, nesta quarta-feira (10), o julgamento de Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia OCampo. A decisão que remarca julgamento previsto para março após as defesas dos dois entrarem com recurso. O casal será julgado pela morte de Sophia aos 2 anos, após uma série de agressões, em janeiro de 2023.

Datado em 18 de dezembro de 2023, o recurso de Christian pedia que fosse reformada a sentença de pronúncia e depois que fosse intimada para apresentar as razões. No mesmo dia, a defesa de Stephanie também entrou com recurso.

O julgamento estava previsto para acontecer entre os dias 12 e 14 de março. A pronúncia foi aceita pelo juiz no dia 7 de dezembro.

Christian foi pronunciado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e por estupro de vulnerável. Já a mãe, por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e por omissão.

O julgamento havia sido marcado para às 8h do dia 12 de março, ficando reservado ainda os dias 13 e 14 para caso necessitasse de mais tempo, haja vista não saber ainda quantas testemunhas seriam arroladas.

Em audiência, os dois negaram autoria dos crimes e culparam um ao outro pela morte da criança. Uma nova data para o julgamento ainda será marcada pela Justiça.

Assassinato de Sophia

A menina, que já havia passado por diversas internações, morreu em janeiro de 2023. As investigações mostraram que Sophia foi levada pela mãe a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito. Sophia também foi estuprada.

As investigações mostraram que Sophia foi levada pela mãe a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito.

Uma testemunha afirma que depois de receber a informação sobre a morte de Sophia, o padrasto teria dito a frase: “minha culpa”.

Uma das contradições apontadas na investigação é o fato da mãe ter afirmado que antes de levar a filha para atendimento médico, a menina teria tomado iogurte e ido ao banheiro.

A versão é contestada pelo médico legista que garantiu que com o trauma apresentado nos exames, a criança não teria condições de ir ao banheiro ou se alimentar sozinha. A autópsia também apontou que Sophia pode ter agonizado por até seis horas antes de morrer. O padrasto e a mãe da menina são acusados do crime e estão presos.

Abusos

A perita Rosângela Monteiro, que atuou no caso Nardoni em 2008, analisou material enviado pela advogada do pai de Sophia, Janice Andrade. Em seu parecer, Rosângela afirma que a menina foi abusada inúmeras vezes.

“A violência sexual foi claramente identificada pelo rompimento de hímen, a heperemia em partes da vagina e esquimoses na face interna das coxas, e o rompimento do hímen já estava cicatrizado, portanto fora realizado em data anterior da morte da vítima”, diz parte da análise feita.