Os bombeiros de Mato Grosso do Sul completam uma semana de resgates às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (10). Os militares, tanto do Corpo de Bombeiros, quanto da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) e CGPA (Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo) já resgataram mais de 900 pessoas e 200 animais.
Em relação ao Corpo de Bombeiros, a corporação afirmou ao Jornal Midiamax que já foram 312 pessoas e 271 animais resgatados até essa quinta-feira (9). Os números são atualizados ao final do dia.
Ainda nessa quinta (9), imagens registraram o momento em que militares de Mato Grosso do Sul resgatavam famílias ilhadas em telhados de residências nos municípios gaúchos. Com apoio do CGPA, pessoas agarradas aos animais de estimação eram içadas para o helicóptero esquilo, prefixo PT-FRN.
Após intensos trabalhos e 40 horas sem dormir, uma equipe de nove militares dos Bombeiros de Campo Grande se deslocará para São Leopoldo – uma das cidades mais atingidas pelas enchentes – para substituir o efetivo que já está no estado gaúcho desde o último fim de semana.
A partida será às 7 horas da manhã deste sábado (11). A previsão é que a equipe fique 10 dias na cidade, totalizando assim 20 dias de trabalhos ininterruptos dos militares de MS.
Quem também embarca para o Rio Grande do Sul nos próximos dias é a bombeira Laika, que é especialista em varredura de área – uma técnica que permite o cão percorrer trechos livremente até encontrar o objetivo.
A cadela embarca na manhã da próxima segunda-feira (13) para o estado gaúcho, onde irá auxiliar nos resgates e buscas, segundo o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Militar de MS, Fábio Pereira de Lima.
‘Bichos nos telhados e 40 horas sem dormir’, relata bombeiro
“Chegamos para os resgates no sábado de noite no Rio Grande do Sul, umas 22h, 22h30. Estava chovendo forte na hora e todos os bombeiros já estavam empenhados nas ocorrências. E nisso a gente já presenciou as pessoas desesperadas, ouvindo o barulho do barco e pedindo socorro. Só que não cabia todo mundo de uma vez e a gente fez várias viagens, escolhendo por ordem de risco”. O relato é de um bombeiro militar sul-mato-grossense, convocado para socorrer as vítimas das enchentes do sul do país.
Conforme o bombeiro, nestes três dias grande parte dos militares ficou muitas horas sem dormir, 40 no caso dele. “A gente foi tocando direto. Fui dormir depois de 40 horas e não descansei mais que duas horas. Apesar de desgastante, quando a gente atende as pessoas, não tem cansaço que diminua a nossa vontade de ajudar e isso dá uma revigorada. E operar com os militares do RS está sendo bacana, eles são muito dedicados e tem de outros estados também e isso tá sendo bem legal”, comentou.
