Assassino de Amalha nega ter planejado o crime e diz que houve ‘sequência de erros’
Fabiano Garcia Sanches foi preso pelo Batalhão de Choque dias após o crime em maio deste ano
Lívia Bezerra –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Fabiano Garcia Sanches, preso em maio deste ano pelo assassinato da corretora de imóveis, Amalha Cristina Mariano Garcia, de 38 anos, em Campo Grande, negou ter planejado o crime e disse que houve uma ‘sequência de erros’. O depoimento dele durou cerca de 51 minutos, no qual detalhou como ocorreu o crime naquela terça-feira, 21 de maio.
Inicialmente, ele havia contado que matou a corretora por ela não aceitar a participar do golpe do falso seguro; Porém, as investigações negaram esse fato. Em depoimento, Fabiano contou que conheceu Amalha em dezembro do ano passado em um site de compra e venda de imóveis. Na época, a mãe dele, residente em Ponta Porã, que estava procurando casa para comprar.
Ele revelou que Amalha foi até um apartamento para registrar fotos para vender para Fabiano e após isso, saiu com ela outras duas vezes para ver imóveis, com outra amiga da corretora.
Ele contou que saiu uma noite com Amalha, mas que ambos nunca tiveram relacionamento e que a corretora não sabia que ele era casado. Ainda disse que Amalha foi quem o procurou após cerca de quatro meses e ele contou que estava precisando de ajuda.
Questionado sobre o que aconteceu naquela terça-feira, Fabiano contou que um dia antes, ambos haviam combinado de se encontrar, até então na empresa onde ele trabalhava, mas não deu certo pela distância, então ficou combinado para o dia seguinte na residência dele às 12 horas.
Na hora que estavam na casa de Fabiano, ela aparentava estar nervosa e ficava o tempo todo no telefone no lado de fora da casa, segundo ele. Em determinado momento, ele a questionou se iria ajudá-lo e ela apenas reclamou o fato dele ser casado e não tê-la informado.
Em seguida, Fabiano teria rebatido dizendo que os dois não tinham nada e que tinha chamado Amalha ao local para falar sobre outra coisa. “Aí ela falou ‘eu não vou te ajudar, porque você é desses que só vem atrás quando precisa de dinheiro e eu vou falar com a sua mulher porque vou acabar com tudo’ e começamos a discutir. E aí ela falou ‘eu vou embora e vou atrás da sua mulher’. E saiu para ir em direção do portão e eu falei ‘você não vai’ e puxei ela”.
Ele alega que em seguida ela avançou nele e ele a empurrou, momento em que ela caiu em um banco de madeira. Amalha então levantou e voltou a tentar agredir Fabiano, quando ele a empurrou e ela bateu a cabeça em uma quina da parede, quando começou a sangrar.
Autor chorou durante depoimento
Logo, Fabiano chora durante o depoimento ao se recordar dos fatos e afirma para a delegada que não é bandido. “Eu não sou bandido, acordo 4h30 da manhã para trabalhar todo dia há muito tempo. Eu sou um espelho do meu filho”.
Ele ainda confessa que errou, mas que o crime não foi planejado, pois horas antes de encontrar Amalha estava em casa com a esposa e o filho. “Não fiz nada planejado, se não eu não ia ter voltado. Foi tudo uma sequência de erros”, alegou.
Logo após perceber o que tinha feito, ficou desesperado, mas optou por não acionar o resgate. “Entrei em desespero, já sabia que tinha feito cagad* na hora. Se eu chamo o Samu, chamo qualquer coisa já é B.O, eu sei, não sou idiota. Aí coloquei no carro”, disse.
Fabiano ainda disse que não tinha ninguém com ele no momento do crime, colocou ela no porta-malas do Jeep Renegade e saiu para ir a algum lugar. Quando chegou ao local, região do Porto Seco, “só abri o porta-malas e puxei, nem vi nada. Não mexi em nada, não peguei uma agulha dela”, revelou.
Posteriormente, Fabiano saiu do local e não notou que as coisas da corretora estavam caídas, pois, segundo ele, a única preocupação era não deixar o corpo da corretora no local. Assim, ele pegou um saco preto que estava no porta-malas do carro para tentar esconder o corpo, mas não conseguiu.
Após isso, o homem saiu, voltou para a casa, pegou o caminhão e voltou a trabalhar.
Indagado se apresentou o Jeep Renegade de Amalha para tentar vendê-lo, ele nega, afirmando que jogou água na calçada onde estava com vestígios de sangue e deixou o veículo na casa.
Porém, questionado novamente pela delegada, ele confessa que falou com um colega que estava com o carro para comercializá-lo e que não havia nenhum registro de crime, mas ao se deparar com as notícias na imprensa, o colega desistiu da compra.
Ao chegar em casa, ele foi buscar a esposa na rodoviária e disse que o carro era de um amigo. Nisso, a esposa ficou brava achando que Fabiano estivesse envolvido em coisa errada, conforme narrou em depoimento.
Fabiano ainda revelou que chamou um amigo para levar o veículo até um posto de combustíveis e no dia seguinte pegou o carro para levar até o distrito de Indubrasil. Em seguida, ele relata que foi caminhando até onde estava seu caminhão e pensou em procurar um posto policial para dizer que o carro foi deixado naquele local.
O homem também contou que jogou a bolsa da corretora no Nova Lima e o celular em uma área de mata durante o caminho após o crime, já que o aparelho começou a tocar.
A todo momento, Fabiano dizia durante o depoimento que agiu sozinho e que as pessoas presas por suspeita de envolvimento no assassinato não tinham ligação com o crime. Ele se contradisse durante as investigações, mas confirmou ter matado Amalha.
Relembre o caso
- No dia 21, Amalha comentou com amigas da corretora onde trabalhava que iria sair por volta das 12h29 para receber uma dívida de R$ 20 mil de um ex-paquera.
- A corretora saiu em seu Jeep Renegade, de cor branca, que sumiu após o corpo de Amalha ser encontrado no meio de um matagal, com as roupas em desalinho.
- Já no dia 22, um ex-paquera de Amalha foi detido e encaminhado para a delegacia de Ponta Porã, onde foi ouvido e liberado. Isso porque, conforme a delegada Analu Lacerda, não havia evidências de que o homem estaria envolvido na morte da corretora.
- Outras testemunhas também foram ouvidas pela Polícia Civil.
- Já na quinta (23), o Jeep Renegade foi encontrado no Indubrasil abandonado em um terreno baldio, ao lado de uma casa, e dois homens foram levados para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
- Um dos homens foi levado como testemunha e o outro como suspeito, sendo que foram ouvidos e liberados. Um deles tem passagens por ameaça e violência doméstica.
- Em depoimento, os homens disseram que o Jeep ‘apareceu’ no local e que não viram quem teria deixado o carro no terreno.
Notícias mais lidas agora
- Morre homem que ameaçou namorada com arma e entrou em confronto com o Choque em Campo Grande
- Sumiço de mulher em trilha de MS completa 3 anos e ainda intriga envolvidos: ‘ocorrência mais emblemática’
- Morto na Avenida dos Cafezais seria usuário de drogas e teve as vísceras expostas ao ser esfaqueado
- Haitiano desfigurado e morto teria sido espancado por grupo de 10 homens na Mata do Jacinto
Últimas Notícias
Rapaz fica em estado grave após capotar S10 carregada de maconha no interior de MS
A carga de maconha ficou espalhada pela estrada
As imagens dos incêndios florestais em Los Angeles são realmente impressionantes e assustadoras
O incêndio ‘Palisades’, que consome a região entre Malibu e Santa Monica, em Los Angeles, na Califórnia, já destruiu mais de 11 quilômetros quadrados e pode se tornar o incêndio mais caro da história dos Estados Unidos. O fogo, que começou na terça-feira (7), devastou mais de 1.000 estruturas em áreas residenciais de alto padrão…
Fonseca bate argentino e alcança a chave principal do Australian Open
Pela primeira vez como profissional, João Fonseca disputará a chave principal de um slam. O carioca de 18 anos, atual #113 do ranking e grande sensação do circuito mundial, superou a última rodada do qualifying nesta quinta-feira e conquistou sua vaga no Australian Open. Antes de ir a Melbourne e vencer três partidas pelo torneio…
Gêmeos Salva-Vidas de Rodeio, João Gabriel e João Pedro integram grupo ‘Pipoca’ no BBB 25
Conheça a dupla de participantes, de Buriti Alegre (GO)
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.