A criança de 2 anos, que está internada em estado grave com traumatismo craniano na de , após um suposto acidente, teria dado entrada no hospital com a ‘cabeça rachada'. O depoimento da avó, o qual o Jornal Midiamax teve acesso, cita ainda possíveis agressões que o menino e a mãe teriam sofrido por parte do atual padrasto.

A avó materna das crianças foi ouvida na (Delegacia Especializada de à Criança e ao Adolescente) nesta segunda-feira (29). Também foram ouvidos pela polícia o pai do menino, a irmã dele – de 4 anos – e a mãe das crianças.

À polícia, a avó contou que ficou sabendo pela filha que o neto teria caído, mas não soube como e nem onde os fatos teriam ocorrido. Ela diz que recebeu uma ligação do hospital na terça-feira passada – dia 23 -, sendo informada que teria ocorrido um acidente com o neto e que ela precisaria ir até lá buscar a irmã do menino.

No entanto, a avó não tinha condições de ir à Santa Casa e pediu ajuda a um conhecido para buscar a criança.

O pai das crianças – ex-detento que deixou o presídio recentemente – disse à avó do menino que já havia buscado a outra filha, de 4 anos, após saber do suposto acidente e dito que o menino teria morrido, por isso tinha o direito de levar a filha, conforme relato da avó.

Ao chegar no hospital, ela descobriu que ninguém havia ido visitar a criança e soube que era mentira que o neto teria morrido. O médico teria dito a ela que o menino chegou muito machucado e com a ‘cabeça rachada'. 

Avó da criança, de 2 anos, internada após suposta queda. (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Questionada pela equipe policial se a filha seria capaz de fazer algum mal para o menino, ela teria dito que acredita que tenha sido o namorado da menina, pois já teria ficado sabendo que a mãe e as crianças teriam sido agredidas pelo rapaz.

A avó ainda disse em depoimento que a filha estava com o olho roxo, pois teria se envolvido em briga com ex-colegas da escola. Mesma versão também relatada pela filha à polícia ao ser questionada sobre o machucado no olho.

Após a criança ser internada, a mãe do menino ficou desaparecida e a avó chegou a registrar boletim de ocorrência na noite de domingo (28).

Já na tarde dessa segunda, a mãe das crianças foi até a DEPCA, onde prestou depoimento. O caso segue sendo investigado pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) como tentativa de homicídio.

A Polícia Civil não deu detalhes da investigação e não há confirmações se a mãe, o pai ou algum outro parente é tratado como suspeito de agredir a criança ou se o menino foi mesmo vítima de um acidente doméstico.

Avó diz que filha não batia nas crianças

A mulher, que agora cuida também da neta de 4 anos, além de mais dois filhos dela, diz que a filha nunca bateu nas crianças. Simples e de família muito humilde, a mulher de 44 anos, lembrou que a filha é amorosa. Disse ainda que algumas vezes até repreendia a filha por deixar os netos ‘manhosos'. 

Analfabeta, a avó mostrou conversas em áudio que tem com a filha, que a todo tempo pergunta sobre o menino. 

Vulnerabilidade, ameaças e conflito de versões

O caso expõe vulnerabilidade social, conflito de versões e até ameaças que movimentam as redes sociais e amedrontam parentes e vizinhos. 

A mãe alega que o filho caiu de um degrau enquanto brincava com a irmã mais velha. Quando levou o filho para atendimento médico, a mãe também tinha uma lesão no corpo, que, segundo ela, foi causada por outra mulher durante uma briga.

Jornal Midiamax conversou com a avó das crianças nesta terça-feira (30). Ela conta que não sabe do paradeiro da filha e que tem medo diante de uma série de ameaças que passou a receber desde que o caso veio à tona, ainda na semana passada.

Postagens nas redes sociais com fotos da família têm sido divulgadas. Nos comentários, internautas fazem uma série de ameaças contra a mãe e o pai das crianças. Com medo da situação, a jovem não contou para mãe onde está.

Hospital denunciou suposto acidente

Conforme o boletim de ocorrência, a criança deu entrada na Santa Casa na tarde de terça-feira (23) e ficou no CTI (Centro de Terapia Intensiva) em estado gravíssimo. A criança foi levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). 

Os médicos disseram à polícia que o menino apresentava lesões incompatíveis com o relato da mãe, de que a criança teria caído de um degrau.

O Conselho Tutelar também foi acionado.

O Jornal Midiamax acionou o Conselho Tutelar da região para mais detalhes sobre o histórico da família, se as crianças eram acompanhadas e se há histórico de agressão, mas não houve retorno até a publicação deste texto.