Uma mulher de 40 anos, moradora e comerciante do Bairro Jardim América, em Campo Grande, denunciou um sargento do CBMMS (Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul) após ter recebido como resposta “vai lavar louça e procurar o que fazer”, ao reclamar do barulho vindo do Quartel do Comando Geral, localizado na Avenida Fábio Zahran, nessa quarta-feira (31).

Conforme consta no documento de declaração espontânea feito no quartel, ao qual o Jornal Midiamax teve acesso, a mulher informou que, inicialmente, fez uma ligação para a portaria do quartel, pedindo para “baixar o som da batida do tambor”, já que estaria incomodando e assustando seu bebê.

Segundo ela, o som do treinamento de formatura começou por volta das 7h30 e até às 10h30, quando ela foi até o quartel, ainda não tinha encerrado. Ela disse ter pedido para falar com o comandante, mas teria sido informada pelo atendente que para falar com ele precisava marcar horário.

O atendente teria perguntado qual era o assunto, e ela respondido que queria falar sobre o barulho da batida do tambor que estava incomodando. Nesse momento, o militar teria falado “para ela arranjar o que fazer” e desligado o telefone.

Em seguida, ela disse ter ligado novamente e questionado se ele teria desligado ou caído a ligação, quando ele teria dito para ela “ir lavar uma louça” e desligado. Na sequência, a mulher foi pessoalmente até a sede do quartel, com seu bebê de colo e seu outro filho, de nove anos, e questionado com quem tinha falado no telefone.

O sargento se identificou e teria repetido as frases ditas na ligação. Assim, a comerciante disse que iria chamar a polícia e alguém de dentro do quartel, quando compareceu até a guarda um tenente, informando que ela poderia encaminhar a reclamação para a Corregedoria.

Ele ainda teria explicado que, após o processo, ele mesmo colheria o depoimento dela. A mulher teria perguntado se os procedimentos iriam demorar, alegando que precisava arrumar as crianças para escola, e que retornaria posteriormente. O documento elaborado no quartel é assinado pelo Oficial de Dia.

Denúncia

A mulher afirmou ao Midiamax que tentou registrar boletim de ocorrência na delegacia virtual, contudo recebeu a mensagem automática de que esse tipo de crime só é registrado pessoalmente. “Vou ter que ir na delegacia, mas não vou desistir, mesmo que tenha sido garantido pelo tenente que irão mandar para a polícia, eu vou fazer questão de ir também”, afirma.

A comerciante ainda explicou que mora no bairro há mais de 10 anos. “Para esses crimes machistas contra mulheres, parece que fazem bem pouco caso. Ele é um senhor de idade e faz esse tipo de coisa, é uma vergonha até para os bombeiros”, disse.

O Jornal Midiamax entrou em contato com o CBMMS, por meio da assessoria de imprensa, questionando quais medidas serão tomadas após o episódio. Entretanto, até a publicação da reportagem não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para manifestação.