Sargento preso por escoltar traficantes vai para cela de RDD na Gameleira em Campo Grande
Transferência aconteceu depois do sargento ser flagrado com celular no pátio do Presídio Militar
Thatiana Melo –
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O sargento da Polícia Militar Ygor Nunes Nascimento, conhecido como ‘Romanov’, preso durante uma operação da Polícia Federal, no dia 30 de junho deste ano, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, vai para cela do RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) da Gameleira de segurança máxima, na Capital.
A transferência do militar aconteceu logo após ele ser flagrado com um celular no pátio do Presídio Militar depois de ser preso em uma operação do Gaeco, e, por isso, o MPMS (Ministério Público Estadual) pediu para que o militar fosse incluído em um regime mais rígido, sendo levado para a Gameleira I.
O que significa cela de RDD? O RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), disposto no artigo 52 da LEP (Lei de Execução Penal), é uma forma especial de cumprimento da pena no regime fechado, que consiste na permanência do presidiário (provisório ou condenado) em cela individual, com limitações ao direito de visita e do direito de saída da cela.
O sargento teria revelado que o celular flagrado com ele já estava em sua posse há um bom tempo e que seria de sua propriedade. Um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) foi instaurado para averiguar se em razão dessa conduta o PM reúne condições de permanecer na corporação ou não. O prazo do procedimento de praxe é de 30 dias, mas pode ser prorrogado por mais 30 dias.
Enquanto isso, Ygor continua a receber o salário. Ele foi levado para o Presídio Militar Estadual depois de ser preso pelos colegas de farda após a expedição dos mandados de busca e apreensão e prisão feitos pela Polícia Federal.
Suspeito de escoltar traficantes em MS
O sargento é suspeito de escoltar traficantes no Estado e conhecido entre a organização criminosa como ‘Romanov’, segundo apontou a investigação. O militar estava há dois meses no DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e ainda passava pelo estágio probatório, quando foi preso.
Foram apreendidas uma pistola Glock com numeração suprimida, um carregador com 17 munições e outro carregador de fuzil. O terceiro sargento recebeu voz de prisão. Durante o depoimento, o militar resolveu se calar, não dando explicações sobre a arma com numeração raspada.
A operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra nove brasileiros, um italiano, um romeno e um grego, em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.
O terceiro sargento teve a prisão preventiva decretada e, segundo o juiz plantonista, Valter Tadeu Carvalho, a prisão se faz necessária devido à “garantia da ordem pública; periculosidade do indiciado ou acusado”.
“Entendo que no caso dos autos tais requisitos estão presentes, vez que a prisão em flagrante pelo crime de armas se deu em decorrência de cumprimento de mandado de prisão por suposto envolvimento do flagrado em organização criminosa, tendo ele sido flagrado com a arma e munições relacionadas quando saia de serviço”.
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