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Polícia

Réu acusa delegado de usar cocaína e torturá-lo enquanto estava preso no Garras

Delegado rebateu acusações e as considerou 'desespero da defesa'
Thalya Godoy, Mirian Machado -
Rios durante depoimento. (Kísie Ainoã, Jornal Midiamax)

Marcelo Rios, preso com a descoberta da casa das armas dos Names, acusou durante julgamento na tarde desta terça-feira (18) o delegado do Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), Fabio Peró, de tortura e de usar drogas e bebidas alcoólicas dentro da delegacia, inclusive na frente do réu enquanto era agredido. Delegado se defendeu dizendo que acusações são ‘desespero da defesa’.

Rios disse que assinou com o advogado de defesa um documento para falar sobre as armas que recebeu de Juanil. Disse que o advogado não estava tendo acesso a ele para conversar.

Depois, Marcelo falou dos dias que passou preso no Garras, alegando ter passado e ficado sem comida. “O delegado disse que eram duas marmitas e era para mim ou para os meus filhos”, lembrou.

Disse que foi torturado. “Me amarraram pelos braços no alto. Peró me arrebentou, me levando a arrebentar o meu braço”, contou, acusando ainda o delegado Fábio Peró de usar drogas. “Delegado Peró cheirou e tomou Whisky na minha frente, enquanto apanhava”, contou, dizendo que apenas os exames que realizou em Mossoró comprovam as agressões.

Rios afirmou ainda que acredita que houve armação por parte da polícia, especialmente do delegado do Garras, para fazer acreditar que a Eliane corria risco de morrer.

Finalizou dizendo que “Os culpados têm que ser punidos, mas eu entendo que não podem ter caça à bruxa”. “Eu peço encarecidamente que façam a justiça. Eu realmente assumi um crime sem baixar a cabeça, bati no peito, coisa que ninguém faz”, concluiu.

Desespero da defesa

“Desespero da defesa’, justifica delegado Fábio Peró para tais acusações de Rios e Eliane. Em contato com o Jornal Midiamax, o delegado disse estar bastante chateado com tais acusações e as classificou como “desespero da defesa”.

“Tratamos a criança a ‘pão de ló’. Eu comprei para os meus filho a coleção inteira do Toy Story nos EUA e dei ela [coleção] para as crianças [ de Eliane]. Comiam a mesma comida que os policiais, comprávamos pães de padaria famosa. Fiz meu trabalho sério”, afirmou.

Peró está de férias e disse que nem estava acompanhando o julgamento, mas que foi surpreendido com as mensagens de várias pessoas e envolvendo seu nome. “Não vou julgar o que essa mulher está passando para ter que mudar a versão, inventando história. O outro[ Rios] falando de uso de drogas. Querem ferir minha honra”, ponderou.

Peró lembrou ainda que estavam tentando o programa de proteção à testemunha que Eliane pediu. Depois que ela desistiu e decidiu ir embora, ele conta que foram os policiais que ligaram para o pai dela ir até a delegacia buscá-la.

“Daqui pra frente é só baderna. Quer mudar de versão, muda, mas não inventa as coisas. Eu tenho família, meus filhos vão ver essas noticias e agora eu tenho que ficar dando satisfação, porque sou uma pessoa séria”, explicou.

A reportagem acionou a Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de MS) para se posicionar sobre as acusações feitas pelo réu, mas não obteve retorno até esta publicação. O espaço segue aberto para manifestações.

‘Terror psicológico’

Eliane Benitez disse em depoimento que ela e os filhos teriam sido vítimas de ‘terror psicológico’ no Garras, delegacia onde ficou com os filhos por cerca de 4 dias quando o marido na época foi preso. Por medo e ameaças, a mulher buscou ajuda e por isso ficou alojada na delegacia com os filhos, na época de 5 e 7 anos.

Diferente do que disse anteriormente, que o marido estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX’, agora, ela focou em dizer que teria sofrido influências dos policiais.

Eliane disse que as crianças corriam no pátio pedindo socorro e que o filho, que tem déficit de atenção e autismo, passou a ter transtorno de ansiedade. “Minha filha tem TDAH. Nunca tive ajuda de ninguém. A única pessoa que poderia ajudar seria a polícia e eles fizeram isso. Nenhum psicólogo apareceu lá para ajudar”, contou.

A mulher e os filhos ficaram quase uma semana na delegacia e dormiam no alojamento. “A gente não dormia, não aguentava ficar mais ali. Era o Marcelo chorando pedindo socorro e outro menino que eu não lembro o nome. Os policiais falavam que ia arrancar minha cabeça e falavam isso para o meu filho”, relatou.

“Vamos arrancar a cabeça da sua mãe”, teria dito o delegado Fábio Peró ao filho de Eliane quando ele procurava pela mãe na delegacia, conforme o depoimento dela ao júri. Nesse dia, Eliane havia ido em casa com policiais para buscar roupas de frio para as crianças e os policiais não deixaram as crianças irem. Ainda nesse dia, ela disse que foi ameaçada, pois os policiais apontaram arma para seu rosto. “Se eu quisesse ver meus filhos, era pra fazer conforme estava sendo me dito”, disse.

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