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Transparência

Testemunha falta audiência e rés propõem acordo para dar fim a ação por pagamentos indevidos

Servidoras preferiram acordo, mas ex-prefeito vai enfrentar sentença do juiz sobre pagamento a uma professora que acumulava cargos
Fábio Oruê -
Ribas do Rio Pardo acordo audiência
Prefeitura de Ribas do Rio Pardo. (Divulgação, PMRRP)

Testemunha ‘sumida’ desde 2023 faltou em audiência, no dia 28 de maio deste ano, em processo sobre pagamentos indevidos a uma servidora municipal que ‘acumulava’ cargos durante a gestão do ex-prefeito de , José Domingues Ramos ().

Principal testemunha do caso — a servidora que teria acumulado os cargos — recebeu intimação, após anos ‘desaparecida’ para a Justiça. Entretanto, no último dia 28 não compareceu ao Fórum para a audiência. As partes acabaram desistindo da sua oitiva.

Inquérito civil do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta que o prefeito tucano determinou a cessão de uma professora para a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e permitiu que ela continuasse vinculada juridicamente à Secretaria de Educação.

A servidora recebeu os recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) de agosto de 2013 a março de 2015, totalizando R$ 17.714,52. Nos autos do inquérito, ela confirmou o recebimento indevido somente em três meses, mas alegou que restituiu os valores.

Apesar das alegações, não há provas documentais da devolução nos autos. O documento apurava possíveis irregularidades no uso de recursos do Fundeb no município e gerou denúncia à Justiça em 2017.

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Tanto o ex-prefeito quanto a então secretária de Educação, Rosimeire dos Santos, e a servidora da prefeitura Zilda Francisca Pereira são réus nesta ação. Todos foram ouvidos durante a audiência.

Acordo

Durante a oitiva, Rosimeire e Zilda consultaram a celebração de acordo de não persecução civil com o MPMS para se livrar da ação judicial. O promotor do caso se manifestou favoravelmente, solicitando a suspensão do processo em relação a estas demandadas para formalização.

O acordo aparece como um meio jurídico celebrado entre o MP e o responsável pelo ato de administrativa, para evitar o ajuizamento de uma ação civil pública. Ele permite a resolução de casos de improbidade de forma mais rápida, evitando a longa duração de processos judiciais — apesar de esse caso já estar na Justiça Estadual há anos.

O prefeito teria contado com a ajuda de Zilda Pereira para permitir a vinculação jurídica da professora nas duas secretarias. A secretária de Educação na época, Rosimeire, teria conhecimento das irregularidades. Os réus chegaram a ter bens bloqueados pela Justiça.

José Domingues recusou a possibilidade de celebração de acordo e, assim, a demanda prossegue em relação a ele. O juiz suspendeu o processo por 30 dias para a formalização do acordo com as partes. A sentença deve sair após a homologação do acordo.

O que diz a defesa?

A defesa do ex-prefeito alega que não há provas de que ele ordenou ou sabia da irregularidade. Ainda diz que o MPMS não tem competência para fiscalizar os gastos públicos, cabendo ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) esta função.

Além disso, sustenta que o ex-gestor não poderia ter conhecimento dos detalhes da administração, ficando a cargo da Secretaria de Educação o pagamento. Ela teria autonomia para gerenciar os recursos do Fundeb. O prefeito não teria assinado nenhum documento relacionado aos pagamentos indevidos.

Já a defesa da então secretária de Educação, Rosimeire, argumenta que o erro foi cometido pelo Departamento de Recursos Humanos e que não há dano ao erário, pois a professora continuou trabalhando em projetos ambientais nas escolas municipais.

Alega ainda que, assim que identificado o erro, houve tentativas de correção e que ela não tinha poder de gestão sobre o Fundeb, sendo responsável apenas por apontar erros e solicitar ajustes.

A servidora envolvida também sustenta que o erro foi do RH, que não processou corretamente as alterações na folha salarial. Alega que Zilda não tinha autonomia sobre pagamentos, apenas desempenhava funções burocráticas e de fiscalização.

A defesa também cita que, após a identificação dos erros, foram feitas tentativas de correção e estorno e que a professora continuou com o projeto na pasta da Educação, mesmo desempenhando função em outra autarquia.

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