Área onde ficam localizados um batalhão da Polícia Militar, duas delegacias e um presídio, a Região Urbana do Imbirussu é considerada tranquila aos olhos dos moradores. Apesar de alguns relatos de furtos, o crime que acaba afetando mais a população da área é o estelionato.

Levantamento de 2010 registrava 98,7 mil moradores na região do Imbirussu. Nesta área, estão bairros como Vila Alba, Santo Antônio, Vila Palmira, Vila Santo Amaro, Jardim Zé Pereira, Jardim Aeroporto, Vila Popular e Vila Nova Campo Grande.

Assim, o Jornal Midiamax percorreu alguns bairros da região e conversou com moradores, para entender como eles avaliam a segurança pública naquela área. Dois moradores na Vila Sobrinho, um casal de 68 e 64 anos, avaliam o local como “tranquilo”.

O Jornal Midiamax publica nesta semana uma série de reportagens sobre a segurança pública nas 7 regiões urbanas de Campo Grande. Neste sábado (11), você confere os detalhes da região do Imbirussu.

Moradores relatam tranquilidade nos bairros

“Aqui é tranquilo. Nunca tivemos problemas com pessoas entrando na casa, com criminalidade”, contam. Eles ainda afirmam que, mesmo antes do batalhão da 5ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar) estar ali, o local já era tranquilo.

“Inclusive recomendo”, brinca a moradora, que está há 43 anos na mesma residência e alerta que há casas para serem alugadas na região. Já em outro extremo da Região do Imbirussu, a reportagem conversou com um homem de 62 anos, morador no Jardim Itália.

“É tranquilo, nunca tive problema nesse bairro aqui. Quando fundou o Jardim Itália, fui um dos primeiros a comprar terreno”, lembra o morador que já vive na região há mais de 40 anos. “Aqui nunca mexeram”, conta apontando para a casa, que não tem cerca elétrica ou qualquer outro tipo de proteção ‘extra’.

Também segundo o morador, a Polícia Militar passa na região a todo momento. “Passa pelo menos de hora em hora aqui na rua”, conta. Enquanto isso, moradora no Zé Pereira, de 69 anos, também relata tranquilidade naquela região, mas sabe que os furtos acometem o bairro.

Rua no bairro Zé Pereira, na região do Imbirussu (Foto: Henrique Arakaki/Midiamax)

“Tem vez que a gente sente segurança, mas ao mesmo tempo não. Tem muito malandro. De uns dias para cá ainda aumentou”, conta. “Na minha casa nunca teve nada, graças a Deus. Sempre oro e peço proteção para Deus”, diz ainda.

No entanto, a igreja nas proximidades não escapou da ação dos bandidos. A moradora, que há 53 anos vive no bairro, lembra que bandidos invadiram a igreja e furtaram até as lâmpadas. “No vizinho também furtaram fios de energia e o padrão”, afirma.

Comerciante na região do Zé Pereira contou ao Midiamax que já trabalha e vive no local há 10 anos. Assim como os outros ‘vizinhos’, nunca teve problemas com a criminalidade.

Porém, lembra que há usuários de drogas na região, mas não enfrentou problemas com furtos até então. Parte disso, afirma que é pelo policiamento. “Sempre tem PM e Guarda fazendo patrulha”, conta.

Morador no Santo Amaro há aproximadamente 10 anos, homem de 55 anos já relatou algo diferente. “Acho que falta patrulha da PM lá”, comentou. Isso, porque disse serem frequentes os furtos na região.

“Moradores trabalham o dia todo e quando chegam encontram a casa furtada. Levam bicicleta, botijão, qualquer coisa”, disse.

Golpes afetam população e movimentam delegacia

A 7ª Delegacia de Polícia Civil atende a região do Imbirussu e fica localizada na Avenida Júlio de Castilho. Segundo a delegada adjunta, Franciele Candotti, houve um aumento nos casos de estelionato e golpes de todos os tipos, em toda a cidade.

Há pouco mais de um ano a delegada Marília de Brito assumiu a titularidade da delegacia, ao lado da delegada Franciele. “Os autores de furtos, furtos de fios de cobre acabam sendo sempre os mesmos”, relata.

Ainda segundo a delegada Franciele, apesar das prisões, os autores de furto acabam soltos nas audiências de custódia e voltam a cometer os crimes. Apesar disso, a região não tem registrado outros casos de crimes violentos.

Delegada Franciele Candotti – Foto: Henrique Arakaki/Arquivo Midiamax

“Não é uma área tão extensa ou populosa, mas tem muitos idosos e registram muito boletim de ocorrência de extravio e estelionato”, comenta. O fato, segundo a delegada, pode estar diretamente ligado à faixa etária dos moradores na Região do Imbirussu.

“Tem muito idoso, idoso aposentado, o que vira um campo fértil para os golpistas”, afirma. Entre os golpes, a autoridade policial citou o ‘golpe do Pix’, quando o golpista se passa por um familiar da vítima no WhatsApp e pede dinheiro.

“A vítima acaba nem telefonando para a pessoa, para confirmar. Acabam acreditando e na hora fazem Pix de valores muito altos, R$ 15 mil, R$ 20 mil”, afirma a delegada. Também há muitos casos de idosos que sofrem golpes nas agências bancárias.

“Acaba que o idoso precisa de ajuda e alguém se passa por um auxiliar do banco e acaba furtando, dando um golpe”, diz a delegada Franciele. Neste caso, a orientação é sempre buscar ajuda com os funcionários que estão dentro da agência, e não na área dos caixas eletrônicos.

Apesar dos casos de furtos registrados, a delegada pontua que há muitos relatos de golpes. Em análise ao sistema onde são registrados os boletins de ocorrência, o Midiamax apurou que há pelo menos um registro de estelionato por dia, desde o início de 2023.

Já sobre o presídio, a Casa do Albergado, onde os detentos cumprem pena em regime aberto, a delegada ressaltou que acontecem alguns crimes, mas que são pontuais. Normalmente, são desentendimentos entre os internos, que acabam em homicídios ou tentativas.

Ainda no presídio, por vezes há registros de danos nos muros. A Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) de Mato Grosso do Sul não informa dados numéricos de crimes por região.

A afirmação é de que o número é dado sigiloso, sendo informado apenas o número por cidade. No entanto, fontes da Segurança Pública que preferiram não se identificar confirmam que as ocorrências mais registradas nas delegacias são de furto.

Já sobre as ocorrências mais atendidas pela Polícia Militar, na Região do Imbirussu seriam de perturbação do sossego. Por fim, a delegada Franciele também comenta sobre alguns casos de tráfico de drogas na região, mas em que, segundo ela, há forte atuação da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).

A delegada inclusive lembra de uma ocorrência recente na região, no Jardim Imá. Na ocasião, quatro pessoas foram presas com fuzis e pistolas, pela Denar. Essas armas seriam utilizadas para os suspeitos vingarem um homicídio.

Em 2022, o Midiamax fez matérias sobre como evitar e se prevenir de golpes online. São eles o golpe do Pix e também o golpe do ‘falso intermediário’.

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