Promotores que receberam canetas Montblanc como ‘mimos’ de Minotauro são indiciados no Paraguai
Presentes do líder do PCC faziam parte da série especial ‘Pequeno Príncipe’
Marcos Morandi –
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O ex-promotor antidrogas, Armando Cantero, foi acusado de suborno agravado por receber uma caneta-tinteiro Montblanc e US$ 10 mil dólares. Os mimos foram oferecidos pelo traficante e líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), Sérgio De Arruda Quintiliano Neto, o ‘Minotauro’, que cumpre pena no Brasil.
Já o seu colega e ex-vice-ministro de Assuntos Políticos do Paraguai, Hugo Volpe, foi acusado de suborno passivo, agravado por receber outra caneta semelhante à de Armando Cantero, adquirida por 6.087.44 milhões de Guarani.
A prática da corrupção foi denunciada primeiramente pelo MPF (Ministério Público Federal) brasileiro, em maio do ano passado. Na época, tanto o ex-procurador antidrogas e ex-vice-ministro de Assuntos Políticos do Paraguai, Hugo Volpe, bem como o promotor Armando Cantero, foram acusados de receber propina do esquema criminoso de Minotauro.
No processo aberto no país vizinho, a partir das investigações do MPF, os promotores paraguaios Diego Arzamendia e Osmar Legal acusaram Cantero de suborno agravado. Os advogados de Minotauro, María Alciris Cabral Jara e Edison Sánchez também foram incluídos na denúncia.
A acusação dos procuradores paraguaios menciona que em 29 de junho de 2019, o advogado Sánchez Benítez trocou mensagens de texto via WhatsApp com sua colega e amiga Maria Alcíris, domiciliada no Brasil.
Na ocasião, o Maria Alcíris, considerada comparsa e também esposa de Minotauro, se ofereceu para verificar a situação processual de Sergio de Arruda Quintiliano Neto, vulgo Minotauro, investigado por fatos relacionados ao crime organizado na fronteira.
No dia 1º de julho de 2019, Sánchez Benítez viajou para Assunção, mas não conseguiu se encontrar com Volpe. Em seguida, contatou o promotor Armando Cantero, da Unidade de Narcotráfico Pedro Juan Caballero.
Cantero teria fornecido a Sànchez o número do celular de Volpe e dito ao advogado para falar diretamente com o promotor e não com os funcionários. “Ou seja, ele conhecia as intenções do advogado, disse-lhe o que devia fazer e ajudou-o a contactar Volpe”, afirma a acusação apresentada por Arzamendia e Legal.
Toda a trama que envolveu os subornos aos promotores paraguaios foi relatada com exclusividade pela reportagem do Jornal Midiamax na matéria ‘Príncipes e raposas: mensagens íntimas ligam promotores paraguaios a Minotauro, do PCC’, publicada no dia 30 de maio de 2022.
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