A Prefeitura de Ponta Porã, a 346 km de Campo Grande, emitiu nota lamentando que integrantes da Guarda Municipal sejam alvos de investigação, isso porque o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou operação nesta terça-feira (31) contra 15 servidores que recebiam propinas de ‘sacoleiros’ na fronteira de Ponta Porã com o Paraguai.

A nota da prefeitura ainda diz que prima pelo zelo e rigor da lei e oferece todo o apoio necessário ao MP-MS para o exercício de suas funções. “Todo servidor que descumprir as normas legais será alvo de sindicância administrativa na esfera que os compete e punido nos termos da legislação, observando o contraditório e o direito de ampla defesa”.

Operação Deviare

A operação é desdobramento da ação que ocorreu em setembro do ano passado. Na época, celulares foram apreendidos, o que revelou quadro de corrupção por parte de guardas municipais, que usavam suas funções públicas para receber propinas.

Na data de hoje (31), foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e prisão, além de oito mandados de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão, nos imóveis dos investigados e no quartel da Guarda Municipal.

Conforme apurado, as propinas vinham de contrabandistas – ‘sacoleiros’. Os guardas também se apropriavam de cargas irregulares, a exemplo de cigarros e armas. Vários agentes integravam um grupo de WhatsApp denominado “Laranjas Podres”, por onde se comunicavam e tratavam de ilícitos.

No decorrer dos trabalhos, também foi possível constatar que alguns dos guardas municipais se dedicavam ao tráfico de armas e munições, dos mais variados calibres, naquela região de fronteira.

Nome da operação

O nome da operação faz alusão ao ato de desviar – em italiano -, já que a investigação do Gaeco se iniciou em razão do desvio de armas de fogo e munições por parte de guardas municipais em uma ocorrência de tráfico de drogas em agosto de 2021.