O piloto André Luiz Arruda Acosta, preso por policiais do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), em dezembro de 2022, com um avião que seria usado para um carregamento de cocaína, foi condenado pela Justiça Federal, nesta quinta-feira (23).

André foi preso quando pousou o avião bimotor, de cor branca, na Pista do Aeroclube Asas de Mato Grosso do Sul, em , após ser interceptado por um avião Super Tucano da FAB. Na época, o piloto estava indo para o para buscar um carregamento de 30 quilos de cocaína.

A seria levada depois para São Paulo, e segundo André, ele receberia o valor de R$ 80 mil pelo serviço. O piloto chegou a pagar R$ 8 mil para um amigo traçar uma rota que ficasse longe dos radares. A condenação de André foi publicada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que determinou 11 anos e 1 mês de reclusão.

Já Gabriel Gonçalves Bispo, apontado como dono da aeronave, foi condenado a 8 anos e 2 meses de reclusão. Segundo a denúncia, Gabriel foi a pessoa responsável pela aquisição da aeronave, tendo providenciado o seu registro em nome de um “laranja inconsciente”.

Foram obtidos documentos e mídias que comprovaram que Gabriel providenciou a hangaragem e da aeronave, arcando com as despesas. Na residência de Gabriel, por sua vez, foram apreendidos diversos aparelhos celulares, documentação e anotações relacionadas à aeronave de prefixo PT- WKZ, bens que notoriamente estão acima da sua capacidade financeira lícita declarada, dentre outros, diz a denúncia.

Já André teria feito outras viagens para carregamento de drogas. Fotos foram encontradas, onde o piloto estava na Bahamas e na Ilha de Nassau, com maconha. A viagem foi feita em agosto de 2022. 

A prisão do piloto

A ação começou quando policiais militares de uma equipe de Força Tática receberam informações de que um avião bimotor, de cor branca, havia sido interceptado por um avião Super Tucano da FAB e por essa razão havia pousado na Pista do Aeroclube Asas de Mato Grosso do Sul, em Fátima do Sul.

Imediatamente os militares foram até o local e encontraram o piloto, que declarou ter pego a aeronave em Campo Grande, de onde decolou sentido à fronteira. No entanto, no meio do caminho, pousou em Fátima do Sul para abastecer e logo decolou novamente.

Os policiais verificaram as licenças do piloto e constataram ainda que as mesmas estavam vencidas desde 2018. Ele também informou que a aeronave que pilotava, prefixo PT-WKZ, encontra-se suspensa para operações, o que foi confirmado nos sistemas da agência reguladora.

Ao ser submetido a uma busca completa antes de entrar na carceragem da Unidade Policial, a polícia localizou um pedaço de maconha em suas partes íntimas. A droga encontrada pesava 15 gramas, comprovando ainda a gravidade do atentado à segurança de voo ao comandar aeronaves irregulares, com licença vencida e, ainda, sob influência de entorpecentes.

Por conta de tratar-se de ocorrência envolvendo modal aéreo, o Dracco foi acionado e equipe especializada esteve presente em Fátima do Sul, onde assumiu a ocorrência e efetuou a apreensão da aeronave em razão das irregularidades.

O piloto foi preso em flagrante por associação ao tráfico e por ter praticado atentado à segurança de voo. Ainda foi lavrado um termo circunstanciado de infração penal em razão do porte de drogas para consumo pessoal.