A mulher presa após a morte do irmão que morava em uma casa em condições insalubres, foi solta pela Justiça, na audiência de custódia neste domingo (10). Na casa havia cerca de 150 animais, entre mortos e vivos. 

Na audiência ficou determinado que,  “proibição pelo período de três meses de acolhimento de animais desassistidos; – comparecer a Funsat-Fundação Social do Trabalho, para captação de vagas de junto às empresas.”. 

O Instituto Guarda Animal recolheu os cães e gatos da casa no bairro Universitário, onde um homem acamado morreu na sexta-feira (09). 

Relembre o caso

Um homem acamado morreu em casa em um cenário extremamente insalubre descrito pelos agentes de segurança que lá estiveram. Segundo o boletim de ocorrência, o local onde o homem foi encontrado morto tinha mais de 150 animais, sendo gatos e cachorros. Muitos deles já estavam mortos em meio à fezes e insetos. Inclusive havia baratas sobre o corpo do morador já sem vida.

O caso aconteceu na noite desta sexta-feira (08) no Bairro Universitário, em Campo Grande. O Corpo de foi acionado para a ocorrência pois a vítima estava em parada cardiorrespiratória. O homem então não resistiu e veio a óbito. A irmã dele, presa em flagrante, disse que trabalhava como acolhedora de animais em situação de abandono e recebia auxílio financeiro e doações de rações.

Além disso, dois filhos da mulher presa são portadores de necessidades especiais. Um deles também é acamado e cadeirante. Diante da situação, ele foi retirado da residência. A foi acionada por causa do óbito além da questão dos maus-tratos contra animais. No local, a polícia foi informada pelos familiares que a vítima fatal era acamada e necessitava de cuidados médicos.

Posteriormente chegou a Polícia Civil e Perícia. No registro consta que, já na chegada, em frente à residência, era possível sentir um forte mau cheiro. Na varanda e no quintal havia mais de cem animais domésticos, cachorros e gatos. Alguns deles estavam soltos e a maioria presos em gaiolas ou compartimentos adaptados, sem água e comida.

Já outros animais estavam mortos entre os gatos e cachorros ainda vivos, porém em situação de desnutrição. No local tinha pouca ração e por cima dos pratos de ração, muitas baratas. A residência não possuía o mínimo de condições para que uma pessoa pudesse habitar ou ser tratada com medicamentos, como no caso da vítima fatal.

Dentro da casa, outros cinquenta animais foram encontrados em um cômodo fechado. Ainda segundo o boletim de ocorrência, a polícia entrou em contato com responsável pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e foi informada que, apesar de haver plantão na instituição, não havia efetivo para este tipo de ocorrência. A equipe do CCZ poderá auxiliar somente na próxima segunda feira (11).

Já em contato com a Solurb, a empresa responsável pela coleta relatou que uma equipe será deslocada para recolher os corpos dos animais mortos na manhã deste sábado (09). Enquanto isso, a mulher presa dizia o tempo todo que seu irmão estava muito debilitado, tinha recebido alta médica com recomendação de cuidados na residência, trabalhava como “acolhedora” de animais em situação de abandono e falou que recebia auxílio financeiro, além de doações para manter os animais.

Ela foi presa e o caso registrado como maus-tratos, se o fato resulta morte e praticar ato de abuso. Maus-tratos, se ferir ou mutilar animais silvestres, domesticados, nativos ou exóticos, se ocorre morte do animal.