Após absolvição, ‘Gibi do PCC’ é condenado por bilhete terrorista de atentado contra policiais
No bilhete havia instrução de fabricação de bombas para atentado contra policiais em MS
Thatiana Melo –
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Após o MPMS (Ministério Público Estadual) recorrer da sentença de absolvição de Guilherme Azevedo dos Santos, conhecido como ‘Gibi do PCC’, a Justiça de Mato Grosso do Sul voltou a condenar o membro da facção criminosa flagrado com bilhete terrorista.
A sentença reformulada foi assinada pelo Procurador de Justiça, Hugo Shinguer, no dia 9 deste mês. A sentença discorre que, “Temos por improcedente o prequestionamento suscitado pela Defesa, caso de reforma da sentença absolutória.”
Ainda é dito pelo procurador, “Diante do exposto, é o Parecer desta Procuradoria de Justiça pelo conhecimento do recurso e, no mérito, pelo provimento do apelo ministerial,reformando-se a r. sentença, para condenar Guilherme Azevedo dos Santos.”
‘Gibi do PCC’ foi transferido para a unidade federal após episódio de agressão a um policial penal. Esse fato aconteceu em novembro de 2022, no Presídio de Segurança Máxima da Gameleira. Assim, na época, foi feito pedido de transferência do preso para presídio federal, pelo Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária) de Mato Grosso do Sul. Com isso, o acusado agora cumpre pena na unidade de Mossoró.
Quem é ‘Gibi do PCC’
‘Gibi’ é o responsável por uma das ramificações do PCC (Primeiro Comando da Capital), em Mato Grosso do Sul, conhecida como a regional ‘Serra de Maracaju’. Guilherme atuava na função administrativa mediando conflitos entre os irmãos faccionados.
Conversas interceptadas entre ele e a esposa expôs menção a outros membros da facção. Mas, nem só de mediar conflitos vivia ‘Gibi’, ele também é apontado como coordenador de ações de tráfico de drogas, venda dos entorpecentes, logística da distribuição, além de contabilidade do que era comercializado.
‘Gibi’ está entre os membros influentes dentro da facção. Eles davam a última palavra em relação a discussões entre irmãos, traições, sobre as mulheres. Nenhum tipo de morte era autorizada sem passar por eles. Interceptações telefônicas identificaram crimes ligados ao grupo entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, em Rio Brilhante.
Em 2019, ‘Gibi’ fugiu do semiaberto de Amambai, mas acabou preso em julho de 2021 por força de decisão judicial após denúncia do Gaeco de plano de assassinar uma pessoa em Caarapó.
Carta com tom terrorista
Logo após o pedido de transferência de Guilherme Azevedo dos Santos, para o Presídio Federal, uma carta foi interceptada pela direção do Presídio Gameleira de segurança máxima de Campo Grande. O membro do PCC (Primeiro Comando da Capital) enviou a carta para a namorada.
O documento de quatro páginas descreve a preocupação de Guilherme em ser transferido para outro presídio fora do Estado. Em um dos trechos, ele relata ser o líder da facção e esse seria o trabalho dele. Guilherme fala que está isolado em uma cela. Ele também fala para a namorada sobre determinação judicial que iria definir sua transferência para Mossoró, Catanduvas, Porto Velho ou ainda Brasília.
Em um trecho da carta, o integrante do PCC diz: “Falam umas ideia na rua.. estão represária no sentido do secretário de segurança do estado [sic] […] raiva de promotor de justiça, raiva de justiça e da polícia. Se puder, vou ceifar todos como fiz com o Junior”.
O presidiário também confessou, no texto da carta, um homicídio cometido há 7 anos. Ele cita apenas o nome da vítima, que seria Junior. Em outro trecho da carta, Guilherme relata que o pedido de transferência feito pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) foi aceito pelo Ministério Público.
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