Na noite desta quarta-feira (26), duas adolescentes, de 11 e 12 anos, foram estupradas, nas imediações dos bairros Residencial Girassóis e São Conrado, região sul de Campo Grande. As vítimas atravessavam uma passarela de concreto, por volta de 21h, quando foram abordadas por um homem armado com uma faca e que, após ameaçar as meninas, praticou os crimes.

A Polícia Militar foi acionada, realizou rondas pela região, mas o autor não foi localizado. O criminoso teria arrastado as vítimas para o matagal e, após praticar a violência sexual contra as duas amigas, roubou os telefones celulares delas. O criminoso ainda riscou o corpo das meninas com a faca que usou para ameaçá-las.

Policiais da DEPCA estiveram no local para as investigações (Henrique Arakaki, Midiamax)

Na manhã desta quinta-feira (27), registramos a viatura da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) no local. Os policiais faziam levantamentos para dar sequência às investigações, onde o caso foi encaminhado. Na mesma Delegacia, foram realizados também os exames de corpo de delito nas adolescentes.

“Escuridão total”, dizem os moradores

O Jornal Midiamax ouviu a comunidade que mora perto da passarela de concreto para saber o que dizem sobre casos de violência na região. “Há 22 anos, moro aqui e nunca ouvi falar de caso de estupro assim”, falou uma moradora que não se identificou. Ela também comentou que, ultimamente, não vê nem casos de furtos e roubos nas imediações. “Há uns 10 anos, tinha bastante moto roubada e escondida aí no matagal e bandido também sendo procurado pela polícia, mas hoje é bem calmo por aqui”.

Outra moradora, que também pediu pra não ter o nome revelado, mora bem perto do ponto onde foram registrados os casos de estupro. “Não fiquei sabendo de nada, não. Como é muito escuro por aqui, a partir das 6 h da tarde, a gente já não sai mais pra não correr riscos”. Mas a mulher comentou que a irmã dela costuma caminhar por ali, na avenida Major Juarez Luiz de Jesus e agora ficou preocupada. “Vou avisar minha irmã, ela faz caminhada por volta de 8 h da noite, então é perigoso pra ela, né”.

Ao ser informado pela reportagem do Midiamax, um outro morador próximo do local também não sabia do fato registrado ontem à noite. Ele comentou que o ponto é frequentado por usuários de drogas quando não tem viaturas da polícia. Disse que vê a PM (Polícia Militar) fazendo rondas pelo bairro e que a região é segura. “Caso de estupro assim também é o primeiro que fico sabendo”.

Apesar do reforço policial na região, o homem revelou que, na mesma avenida, como é muito escura, em muitas situações, vários carros ficam estacionados na via. “O pessoal aproveita pra namorar e até fazer sexo, já que é uma escuridão só”.

Um ciclista que passava pelo local também não sabia dos casos de estupro. Ele disse que se mudou recentemente para a região e que acha o bairro bem tranquilo. “Mas agora sabendo disso, como a gente costuma andar de bicicleta com a esposa e as filhas, é melhor evitar sair à noite”, resumiu o ciclista, que também preferiu não ser identificado.