Nesta terça-feira (17), foi publicada decisão negativa a pedido de relaxamento da prisão de Alisson José Carvalho de Almeida, policial militar excluído das fileiras da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). Ele foi preso em agosto de 2022, com outro militar.

Conforme decisão da Auditoria Militar, Alisson e o outro ex-PM, Thiago de Souza Martins, além de um civil, se apropriaram de mais de 9 quilos de cocaína. A intenção era revender a droga posteriormente.

Ainda é citado que ele já cumpria pena no regime aberto, no Presídio Militar, por corrupção passiva e organização criminosa, portanto é reincidente. Assim, foi negado o pedido de relaxamento da prisão.

Alisson foi excluído da PMMS, conforme decisão publicada no Diário Oficial em setembro do ano passado. Apesar de pedido da defesa de reconsiderar, para que ele não fosse para presídio comum, foi mantida a exclusão.

Preso com ex-PM ‘blogueiro’

A operação tinha como alvos militares que desviavam drogas das apreensões para a revenda. O 3º Sargento Thiago de Souza Martins, excluído da PM dias antes, foi um dos presos da operação.

Thiago era administrador de perfil no Instagram com mais de 7 mil seguidores, em que divulgava vídeos policiais e exaltava a atuação de militares em defesa dos “bons costumes”.

Ainda conforme apurado pelo Midiamax, a investigação teve início em julho, quando houve a prisão de um homem pelos crimes de tráfico de drogas e receptação. Durante a ocorrência, foram localizados 9 tabletes de pasta base de cocaína, com peso aproximado de 9 quilos.

Também na apuração, foi descoberta a participação de policiais militares em crimes de peculato e tráfico de drogas. Eles estariam desviando as drogas, entre elas cocaína, para depois revender.

Já contra o soldado Alisson José foram cumpridos mandados de prisão preventiva e também de busca e apreensão.

Denunciado por integrar a Máfia dos Cigarreiros

Conforme apurado inicialmente pela Corregedoria, policiais estavam envolvidos no esquema de facilitação de contrabando de cigarros, principalmente militares que atuavam na região de fronteira. Assim, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) instaurou o procedimento de investigação, que resultou na Operação Oiketicus.

Ao todo, 29 policiais militares foram presos, entre eles Alisson José. Foram apurados crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. Na denúncia, o Gaeco aponta que Alisson, estava lotado no Distrito de Culturama e estaria envolvido com a facilitação ao contrabando.

Foram colhidos elementos probatórios da participação do militar na organização criminosa, atuando para permitir a passagem dos criminosos pelas rodovias e, inclusive, fazendo papel de batedor para carretas contrabandeadas de cigarros. Para isso, ele recebia propina e também repassava a propina para outros policiais.

No celular de Alisson, foram encontradas conversas que fazem referência a uma apreensão de cigarros, em que são citados nomes de dois integrantes da cúpula da organização criminosa, sendo um deles o ex-PM Pingo, Fábio Costa. Foi quebrado sigilo bancário do soldado, que entregou movimentações de mais de R$ 798 mil.

Em outubro de 2021, Alisson foi condenado a 13 anos, 6 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado. Sendo assim, cumpre pena no Presídio Militar de Campo Grande. Ele também foi condenado à exclusão, tendo recorrido e sendo reintegrado aos quadros da PMMS no último mês.

3º sargento preso

O 3º sargento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Thiago de Souza Martins, foi preso no Bairro Santo Antônio. Em 2018, Thiago Martins e mais dois militares foram flagrados com contrabando avaliado em R$ 100 mil. O flagrante aconteceu na MS-162, sentido Sidrolândia a Maracaju, após denúncia anônima.