Lagoa onde rapaz morreu afogado no Caiobá teve cerca derrubada há um mês
Moradores contaram ao Jornal Midiamax que usuários de drogas foram os primeiros que invadiram local
Ana Oshiro, Mirian Machado –
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Localizada dentro do residencial Villágio Vitória, no Portal Caiobá, em Campo Grande, a lagoa onde um jovem de 20 anos morreu afogado nesta sexta-feira (20) é um lago de contenção e era completamente cercado até mês passado.
A finalidade do espaço é auxiliar no escoamento das chuvas, armazenando temporariamente a água e evitando assim que aconteçam alagamentos na região. Para segurança, esses espaços costumam ser cercados.
De acordo com moradores do bairro, usuários de drogas conseguiram derrubar alguns postes de cimento e parte da cerca do lago, liberando assim o acesso para toda população.
Falta de lazer
Morando há 6 anos no bairro, uma mulher que se identificou apenas como Rosa, de 38 anos, contou que o lago foi construído tem cerca de 3 anos, e que muita gente, incluindo adultos, usam o local para tomar banho.
“Mais pra cima tem uma praça e um campo de futebol pras crianças brincarem, mas tá calor demais e elas querem água, então acabam indo pro lago”, disse Rosa.
Sem opção de lazer em dias de alta temperatura, Rosa explicou que ela também usa o local para se refrescar. “Eu costumo usar sim, mas fico na parte rasa. Onde o rapaz morreu já é bem mais fundo”, conta.
De acordo com ela, o ideal seria cercar novamente o espaço e colocar um guarda para cuidar que não aconteçam novas invasões. “Também poderiam liberar pra gente usar, mas só aos finais de semana, que assim podemos cuidar das crianças na água”, finalizou Rosa.
Para a aposentada Olga de Almeida, de 75 anos, o lago é um perigo e nem ela ou netos brincam na água. “Não consegui dormir essa noite, preocupada com a família do rapaz. Não uso o lago e nem deixo meus netos irem, tenho medo de água e lá é muito perigoso”, detalhou a idosa, que mora na região há 2 anos.
Revolta
“Os bombeiros não salvaram meu irmão”, lamentou Ester Coelho de Lima Amorim, irmã do jovem João Pedro Coelho de Lima Amorim, vítima do afogamento. Segundo Ester, João tinha 20 anos, mas mentalidade de uma criança com 5.
De acordo com ela, os militares não quiseram entrar na água e o corpo de João, que estava preso no fundo do lago, foi solto por moradores, que mergulharam e encontraram onde o rapaz estava.
Ester contou ao Jornal Midiamax que o rapaz sempre brincava no lago. “Ele sempre ia lá e voltava bem. Ontem ele comentou que ia brincar na água, pouco tempo depois ouvi as sirenes e o pessoal falando que alguém tinha se afogado. Na hora eu senti que era o João”, disse Ester.
De acordo com ela, o local precisa ser fechado urgente. “Quero justiça, aquilo tem que ser fechado, tem que secar o açude. É muito perigoso e duas meninas já foram estupradas lá. O bairro precisa de policiamento 24 horas”, explica.
“Todo mundo está revoltado porque os bombeiros não entraram na água, o pessoal que teve que fazer o serviço deles, os bombeiros só tiraram da água depois que os moradores conseguiram soltar o João”, disse Simone Tavares, amiga e vizinha da família da vítima.
Para ela, o que aconteceu foi uma fatalidade e não tem culpados, mas só cercar o lago não adianta. “Tem é que aterrar aquilo, porque o perigo não é só afogamento, mas a água ali é suja, vai esgoto, vai tudo. Crianças de 5 anos até adultos tomam banho lá”, finalizou.
Afogamento
João morreu afogado no início da noite enquanto brincava com amigos. Ele se enroscou em galhos e argila no fundo do lago. Adolescentes que estavam com o rapaz tentaram retirar ele da água, mas não conseguiram.
Segundo o jornal comunitário do bairro, João se enroscou depois de salvar um garoto menor que estava se afogando no local.
Vaquinha
Moradores da região se organizaram para a ajudar a família de João a arcar com o valor do velório e sepultamento, já que eles são carentes e passam por necessidades.
Quem quiser ajudar pode realizar pagamento via Pix, na chave 89236793134, em nome de Wagner de Lima Amorin, pai do rapaz.
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