A Justiça decretou a prisão preventiva da mulher de 44 anos, que matou com um tiro no olho, o adolescente Wandré de Castro Ferreira, de 17 anos, na madrugada de sábado (2) em um residencial no Canguru, em . Ela já tinha passagens pela polícia, inclusive havia sido presa há 8 anos por fazer parte de quadrilha de tráfico de drogas.

A conversão da prisão aconteceu em audiência de custódia, neste domingo (3) durante o plantão do judiciário, “Verifica-se, in casu, pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, praticado com emprego de grave ameaça e violência à pessoa, aliado ao registro dos antecedentes, sendo inclusive reincidente, com duas outras condenações anteriores pelo crime de tráfico de entorpecentes, esclarecendo que, em que pese os argumentos da defensa quanto a existência de filhos menores e portador de deficiência, tenho que tal argumento não deve prosperar, haja vista que o fato da autuada estar na posse de arma de fogo, revela a periculosidade para os menores.”, diz o magistrado Jorge Tadashi Kuramoto.

“Dessa forma, havendo, em tese, prova da materialidade e indícios de autoria, presentes o fumus comissi delicti e o periculum libertatis, entendo necessária a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, para garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal, bem como o perigo gerado pelo estado de liberdade do(s) imputado(s), conforme descrito acima.”, finaliza o juiz.

Em 2015, a mulher já havia sido presa pelo crime de tráfico de drogas.  A quadrilha agia no tráfico de drogas da região sudoeste de Campo Grande há dois meses, até que foi presa. Foram cerca de 20 dias de investigação.

A quadrilha trazia drogas de Ponta Porã, fronteira com o Paraguai. “Eles usavam um Fusca para fazer o transporte do entorpecente até Campo Grande e a motocicleta para fazer a correria entre os bairros Dom Antônio Barbosa e Parque do Lageado”, contou o delegado da época João Paulo Sartori.

A quadrilha agia em uma casa que fica no Bairro . No local, os policiais encontraram 370 quilos de maconha, uma balança de precisão, um colete de balística da PRF (Polícia Rodoviária Federal), além dos veículos usados pelo grupo.

Assassinato do adolescente

O crime aconteceu na madrugada de sábado (2) em um residencial no Jardim Canguru. A suspeita do crime, de 44 anos, é vizinha da família do garoto e alega que o disparo foi acidental.

Ao Jornal Midiamax, a mãe da vítima disse que já estava deitada quando uma das filhas da autora bateu na porta. “Ela disse para eu não ficar brava e que a mãe dela tinha dado um tiro sem querer no meu filho. Eu desci correndo até o apartamento dela e quando entrei no quarto meu filho estava caído no pé da cama com um tiro no olho”, detalha.

Segundo ela, a suspeita estava embriagada e teria consumido bebida alcoólica durante todo o dia. “Ela nem chamou a polícia ou o socorro, eu que tive de ligar para o Samu”, conta. 

Para a família e para a polícia, a mulher sustentou a tese de que não sabia que a arma estava carregada. No apartamento, foi apreendido um revólver calibre 38 e quatro munições intactas. 

“Meu filho estava todo feliz porque o pai tinha conseguido um emprego para ele, ia começar a trabalhar dia 6. Era um menino bom, que nunca mexeu com coisa errada”, afirma a mãe. Segundo ela, o menino faria 18 anos no dia 25 de novembro.