O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluísio Pereira dos Santos atendeu aos pedidos feitos pelos advogados de Christian Campoçano e Stéphanie de Jesus, apontados nas investigações como responsáveis pela morte da menina Sophia OCampo – que morreu aos dois anos, após uma série de agressões – para que o casal e as defesas sejam ouvidos sobre o caso. A nova audiência está marcada para o início de dezembro.

Em entevista do Jornal Midiamax, nesta quinta-feira (16), Pablo Arthur Buarque Gusmão, um dos advogados, que defende Christian no caso, explicou que o casal – que se manteve calado até o momento – aguardava a perícia realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para que pudessem comentar o caso.

“Como havia pendência da perícia, nós e a defesa da Stéphanie, orientamos a permanecerem em silêncio porque não tínhamos todo o teor da prova documental no processo. Pedimos ao magistrado para que fossem ouvidos após a juntada de todas as provas documentais e o juiz, agora, decidiu oportunizar as defesas e réus para falarem em juízo”, afirmou.

Conforme o advogado, o relatório da perícia realizada pelo Gaeco era o documento que faltava ser juntado ao processo. “Agora não tem mais prova documental a ser produzida”, observa. O novo depoimento está agendado para às 15 horas, do dia 5 de dezembro e a decisão do magistrado será publicada ainda hoje.

A Perícia foi realizada em setembro, depois que Christian cedeu à Justiça a senha do celular para que equipe especializada do Gaeco pudesse desbloquear o aparelho, e assim, recuperar as mensagens trocadas pelo casal. No início das investigações, o réu havia negado a senha de acesso ao celular.

Caso Sophia

A menina, que já havia passado por diversas internações, morreu em janeiro deste ano. As investigações mostraram que Sophia foi levada pela mãe a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito.

Uma testemunha afirma que depois de receber a informação sobre a morte de Sophia, o padrasto teria dito a frase: “minha culpa”.

Uma das contradições apontadas na investigação é o fato da mãe ter afirmado que antes de levar a filha para atendimento médico, a menina teria tomado iogurte e ido ao banheiro.

A versão é contestada pelo médico legista que garantiu que com o trauma apresentado nos exames, a criança não teria condições de ir ao banheiro ou se alimentar sozinha. A autópsia também apontou que Sophia pode ter agonizado por até seis horas antes de morrer. O padrasto e a mãe da menina são acusados do crime e estão presos.

Abusos

A perita Rosângela Monteiro, que atuou no caso Nardoni em 2008, analisou material enviado pela advogada do pai de Sophia, Janice Andrade. Em seu parecer, Rosângela afirma que a menina foi abusada inúmeras vezes.

“A violência sexual foi claramente identificada pelo rompimento de hímen, a heperemia em partes da vagina e esquimoses na face interna das coxas, e o rompimento do hímen já estava cicatrizado, portanto fora realizado em data anterior da morte da vítima”, diz parte da análise feita.