Investigadores de Campo Grande que desviaram carga de cigarro contrabandeada vão continuar presos
Celulares dos investigadores irão passar por perícia
Thatiana Melo –
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Os dois investigadores acusados de desviar cargas de cigarros contrabandeadas, em Campo Grande, vão continuar presos, segundo decisão da Justiça em audiência de custódia, nesta sexta-feira (7). Eles foram presos por policiais militares no dia 4 deste mês.
Os celulares dos policiais passarão por perícia. No dia da prisão foram apreendidos 2.540 cigarros contrabandeados. O caso havia sido distribuído à Justiça Federal, mas o magistrado Bruno Cezar da Cunha da 3ª Vara Federal se disse incompetente para julgar o mérito, já que seria a cargo da Justiça Estadual.
“Todos os elementos descrevem que o depósito aparentemente era usado como um entreposto das cargas criminosas desviadas pelos policiais, sem descrição de que funcionasse, seja ali, seja alhures, como base para a prática de atividade comercial de cigarros (por parte de tais policiais). Aliás, o flagrante foi lavrado pela Polícia Civil do Estado do Mato Grosso do Sul com comunicação à Corregedoria Daquele órgão. A competência da Justiça Federal precisa estar delineada ao menos com elementos indiciários mínimos, que, neste caso concreto, são faltantes”, deliberou o juiz.
Um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) foi instaurado pela Corregedoria para apurar a conduta dos investigadores. Segundo o corregedor geral, Clever José Fante, o procedimento de investigação criminal já foi instaurado pela Corregedoria. Os dois policiais foram presos por policiais militares, no Bairro Universitário. Os dois investigadores foram denunciados pelo contrabandista que teve a carga supostamente furtada pelos policiais, segundo ele.
Flagrante dos policiais
Os policiais, então, foram até o local para averiguar e uma quadra antes foram abordados pelo contrabandista que relatou ter tido seus veículos apreendidos sem que nenhuma documentação fosse apresentada a ele. Neste momento, foi flagrado um Fiat Punto saindo do local e quando abordado foi percebido que no banco do carona estava um investigador da Polícia Civil.
Já em frente ao barracão estava outro investigador da Polícia Civil. Os veículos estavam estacionados no pátio do depósito carregados com cigarros contrabandeados. Durante a vistoria, em uma caminhonete Amarok de um dos suspeitos que estava na companhia dos policiais civis foram encontradas munições.
Os policiais disseram que os veículos foram apreendidos no dia 29, e como nenhum policial aceitou receber a apreensão, eles teriam ido até Vista Alegre para trazer os veículos e deixá-los no depósito, já que em princípio não havia espaço na delegacia. Os policiais civis foram levados para a delegacia. A carga de 2.540 cigarros foi apreendida e o caso registrado como peculato, contrabando e porte ilegal de arma de fogo.
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