Insegurança: em Campo Grande, três motoristas de aplicativo foram vítimas de criminosos em três dias
Entre as vítimas, uma foi esfaqueada, outra agredida e a última teve uma arma apontada para sua cabeça
Mirian Machado –
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Entre quarta (20) e sexta-feira (22), pelo menos três motoristas de aplicativo foram vítimas de criminosos em Campo Grande, dois deles durante a madrugada. Nesses dois casos, os motoristas foram acionados por uma mulher, mas ao chegar ao local os passageiros eram homens que anunciaram o assalto. Em outro, o motorista foi abordado e agredido por um casal que levou o veículo.
O presidente da APPLIC-MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato do Sul), Paulo Pinheiro, alerta que os motoristas não deem o número de telefone pessoal para tentar fazer corrida particular. “Isso traz muita insegurança, mas naquela vontade de ganhar dinheiro, não sabem o risco que estão passando pela inexperiência”, explica.
Ele lembra que há bairros em todas as regiões da Capital nos quais os motoristas devem ficar atentos, principalmente na madrugada. “Não temos preconceito, todos os bairros têm suas qualidades e defeitos, mas há alguns que merecem mais cuidado na madrugada, principalmente”, disse.
Sobre os casos em que as corridas foram acionadas por uma pessoa, mas o passageiro é outro, a orientação é cancelar a corrida, caso haja alguma desconfiança, isso vale tanto para o motorista, quanto para o passageiro. Paulo explica que é importante perguntar o nome da pessoa assim que chegar até ela, conferir as características, dependendo do horário, verificar a avaliação do passageiro no aplicativo. “O mesmo vale para a população, verificar a avaliação do motorista e peça sempre com o seu aplicativo e não de terceiros, assim traz segurança para ambas as partes”, conta.
Paulo lembra que as plataformas geralmente estão pedindo com frequência, para efeitos de cadastro, que a pessoa, tanto o motorista quanto o passageiro, que tirem selfies e enviem para a plataforma para conferirem. “Caso aconteça algo que não condiz, sem dúvidas acontece o bloqueio até que se resolva a pendência”.
A luta da associação também é com os motoentregadores delivery e motoboys. Houve um caso recententemente de uma passageira que teve o trajeto desviado e acabou estuprada. Em relação a isso, Pinheiro disse que já foi solicitado para que as plataformas façam um pente-fino nos cadastros dos profissionais.
A ideia da APPLIC é voltar com as reuniões entre os motoristas como eram feitas em 2018 e 2019, antes da pandemia. Na época, segundo Paulo, havia várias ocorrências violentas envolvendo os motoristas como vítimas e com essas reuniões, incluindo Polícia Militar e Guarda Civil, os números reduziram. “Vamos voltar a cobrar mais rigor nas leis e mais segurança. Agora não tem desculpas, foram chamados já agentes da Polícia Militar, da Guarda e alguns da Polícia Civil, inclusive teve entrega de motos e viaturas. Precisamos de um apoio maior, porque transportamos crianças, famílias, estudantes, idosos, gestantes, diariamente”, concluiu.
Prisão de grupo
No último dia 13, um grupo especializado em roubar motoristas de aplicativo, em Campo Grande, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Eles roubavam os carros para vender como BOB, como são chamados os veículos com problemas de documentação.
Tiveram as prisões decretadas Jean Carlos, Bryan Olavo e Robert Alves. A juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna converteu a prisão em preventiva em audiência de custódia. “Verifica-se, in casu, pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, praticado com uso de arma de fogo e facas, não obstante não possuírem antecedentes, até porque recentemente se tornaram maiores de idade, inclusive JEAN, que dias depois da maioridade já foi surpreendido envolvido nesses roubos entendo não ser recomendável a concessão de liberdade provisória”, relatou a magistrada.
Nos primeiros dias de setembro, os policiais da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos) foram acionados após um motorista de aplicativo aceitar uma corrida, nas proximidades do bairro Nova Lima para o Jardim Seminário, e ser rendido pelos cinco passageiros já nas proximidades do destino.
Três casos em 3 dias
Na quarta-feira (20), motorista de aplicativo de 40 anos,foi esfaqueado e atropelado durante a madrugada quando fazia uma corrida para um rapaz de 18 anos e um adolescente, no bairro Jardim Itamaracá.
O crime aconteceu por volta da 1 hora da madrugada quando, segundo o motorista, foi solicitada uma corrida por uma mulher para o rapaz e o adolescente do bairro Campo Alto até o Jardim Itamaracá. Já próximo do destino, o rapaz que estava com uma faca desferiu três golpes nas costas da vítima.
Após ser atingido pelos golpes, o motorista pulou do carro e o bandido assumiu a direção do veículo HB20, atropelando a vítima. O Corpo de Bombeiros e a polícia foram acionados para o local. A dupla após o roubo buscou a mulher que havia solicitado a corrida. Ela conhecia o motorista de aplicativo.
Os policiais conseguiram encontrar o carro em um posto de combustível, na Avenida Guaicurus. O casal foi preso e o adolescente apreendido. Eles confessaram o crime e foram levados para a delegacia.
A vítima foi encaminhada para uma unidade de saúde.
No mesmo dia, um motorista, de 60 anos, foi abordado por um casal que o agrediu e roubou o veículo, um Chevrolet Prisma, no Jardim Noroeste.
À polícia, o idoso contou que voltava do serviço para casa quando foi abordado e agredido por um casal, que não estava armado. A vítima reagiu, mas o casal conseguiu imobilizá-lo e roubar o veículo.
A vítima acionou a polícia. Ele acabou sendo socorrido pelo Corpo de Bombeiros, pois estava machucado.
O carro acabou sendo recuperado no mesmo dia, à noite. Ele estava abandonado com o pneu estourado.
Na madrugada de sexta-feira (22), um motociclista de aplicativo de 24 anos foi vítima de um assalto quando fazia uma corrida para o bairro Moreninhas. Ele teve uma arma apontada para a sua cabeça.
O rapaz disse que trabalha com o aplicativo de moto e que por volta da 1 hora da madrugada recebeu o pedido de corrida do Jardim Noroeste até as Moreninhas de uma mulher. Mas, ao chegar ao local, o passageiro seria um homem.
A vítima não questionou e quando estava a 2 quilômetros do destino, o passageiro apontou uma arma para a cabeça do motociclista, mandando ele descer da moto e entregar tudo sem olhar para trás.
O motociclista de aplicativo desceu e correu, e neste momento o autor fugiu levando tudo. Ele pediu ajuda a moradores da região e foi até a base da PM que fica no bairro. O bandido não foi localizado.
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