O grupo especializado em roubar motoristas de aplicativo, em Campo Grande, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta quarta-feira (13). Eles roubavam os carros para vender como BOB, como são chamados os veículos com problemas de documentação.

Tiveram as prisões decretadas Jean Carlos, Bryan Olavo e Robert Alves. A juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna converteu a prisão em preventiva em audiência de custódia. “Verifica-se, in casu, pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, praticado com uso de arma de fogo e facas, não obstante não possuírem antecedentes, até porque recentemente se tornaram maiores de idade, inclusive JEAN, que dias depois da maioridade já foi surpreendido envolvido nesses roubos entendo não ser recomendável a concessão de liberdade provisória”, relatou a magistrada.

Nos primeiros dias de setembro, os policiais da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos) foram acionados após um motorista de aplicativo aceitar uma corrida, nas proximidades do Bairro Nova Lima para o Jardim Seminário, e ser rendido pelos cinco passageiros já nas proximidades do destino.

Os assaltos 

Com este roubo, os policiais passaram a investigar o caso e na madrugada de sábado (9) para domingo (10), foi descoberto que os criminosos agiram novamente. Desta vez, fazendo duas vítimas em seguida.

A primeira vítima, também motorista de aplicativo, relatou ter sido acionada para uma corrida com destino ao Bairro Nova Lima. Cinco passageiros embarcaram no ponto inicial e, ao chegarem no endereço de destino, com facas e com uma arma de fogo, renderam a vítima e a obrigaram a descer do veículo e ficar de joelhos, quando, então, passaram a agredi-la com coronhadas.

Os criminosos fugiram levando o veículo, telefone celular e documentos pessoais da vítima. Mais tarde, na mesma noite, já no Bairro Tiradentes, outra vítima relatou ter tido seu veículo fechado por outro, do qual desceram ao menos quatro indivíduos, que, com uma arma de fogo e facas em mãos, o obrigaram a descer do veículo.

O grupo ainda revistou a vítima, para se certificar de que ela não estaria armada. Foi notado um padrão dos roubos. Já na segunda-feira (11), os policiais localizaram o primeiro suspeito, um adolescente de 16 anos, que já havia sido apreendido pelos policiais há alguns meses também pelo mesmo crime.

Ele confessou os crimes aos policiais e confirmou que seus comparsas seriam os outros menores já identificados, indicando, ainda, quem seriam os outros dois comparsas não identificados. Com essas informações, os policiais conseguiram localizar os demais responsáveis pelos crimes, outros dois menores, de 14 e 16 anos, e mais dois maiores, de 18 anos e outro de 19 anos.

Os policiais ainda localizaram na residência de um dos maiores duas das facas utilizadas nos crimes, além de um simulacro de arma de fogo, que havia sido jogado em um matagal e que os criminosos relataram se tratar da arma de fogo relatada pelas vítimas. Os documentos pessoais e o aparelho telefone celular de uma das vítimas foram recuperados. O telefone já havia sido vendido pelos criminosos, tendo sido possível também identificar o receptador.