‘Horrorizada’: avó diz que pai vai pedir guarda de meninas torturadas pela mãe e padrasto em MS

Crianças eram obrigadas a ficar ajoelhadas em tampinhas de garrafa feitas de ferro em sessões de tortura

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Meninas com vários ferimentos pelo corpo

Ainda em choque e sem acreditar, a avó paterna das meninas que eram torturadas em Chapadão do Sul, distante 330 km da Capital, contou ao Jornal Midiamax que não fazia ideia do que estava acontecendo com as netas.

As meninas foram resgatadas pela polícia na noite desta segunda-feira (6) após denúncia de vizinhos. A mãe delas, de 21 anos, e o padrasto foram presos em flagrante por maus-tratos e lesão corporal dolosa.

“Meu filho está sofrendo muito, paralisado com a situação. Nunca pensei que fosse acontecer alguma coisa dessas. Ela nunca foi desse jeito, não dá pra imaginar. Só acredito olhando na cara dela”, disse a mulher de 42 anos.

Segundo a mulher, o filho e a nora ficaram quase sete anos juntos, se separaram no meio de 2022 mas ainda são casados no papel. “Ela sempre foi uma boa mãe, não acredito que teria coragem de fazer isso. Pra deixar uma coisa dessa acontecer ou ela tava em cativeiro ou usando droga”, lamenta.

Na madrugada desta quarta-feira (8) o pai das meninas, junto com as avós, paterna e materna, vão até Chapadão do Sul para pegar as duas, que estão acolhidas no Conselho Tutelar. “Ainda não consegui conversar com a mãe da minha nora, mas imagino que ela também esteja horrorizada”, falou. O pai entrará com o pedido de guarda.

“Toda vez que minha nora viajava para Chapadão ela deixava as meninas comigo, nunca tinha levado as duas pra casa desse namorado. Dessa vez mentiu, disse que ia visitar o pai dela”, conta a avó das crianças.

Segundo a mulher, a nora não atendia mais as ligações e nem respondia as mensagens já tinha cerca de 30 dias. Ninguém da família paterna sabia onde elas estavam. “E se os vizinhos não tivessem denunciado? O que teria acontecido com as minhas netas?”, questiona aos prantos.

A avó só ficou sabendo do que estava acontecendo no final da tarde desta terça-feira. “Fui trabalhar hoje e ouvi o pessoal comentando, fiquei horrorizada, mas não fazia ideia que era com as minhas netas. Tava trabalhando hoje à tarde e minhas filhas me ligando, perguntando se eu tava chegando em casa, foi quando me contaram. Tá doendo muito”, diz.

Nesta quarta-feira a avó paterna completa 43 anos de idade e reencontrar as netas será a forma de comemorar. “Meu presente são as minhas netas, pegar ela de volta e trazer pra casa”, finalizou, complementando que não vê a hora de conseguir encontrá-las.

Irmãs eram submetidas a torturas constantes

Os policiais foram acionados por volta das 21 horas de segunda e encontraram as meninas com vários ferimentos pelo corpo, alguns ainda com sangue. As irmãs tinham lesões nos braços, pernas, abdômen e costas.

As meninas contaram que eram agredidas constantemente pela mãe e um dos castigos era ficar de joelhos em tampinhas de garrafas feitas de ferro. O médico que atendeu as irmãs relatou que as lesões causadas pelas agressões causavam dor intensa às meninas.

O Conselho Tutelar foi acionado e as irmãs ficaram sob a tutela dos conselheiros. A mãe e o padrasto foram encaminhados para a delegacia e autuados por maus-tratos e lesão corporal dolosa. 

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