Filho de um dos acusados pela morte da menina Sophia OCampo, morta aos 2 anos em Campo Grande, menino de cinco anos foi levado para o abrigo após ser agredido pelo avô, com quem morava desde a prisão do pai, em janeiro deste ano.
A denúncia da agressão chegou ao Conselho Tutelar no dia 15 de setembro, depois de professores notarem hematomas no olho esquerdo da criança. Em conversa com assistentes sociais da escola, o pequeno confirmou ter apanhado do avô paterno com agressões direcionadas no rosto, pernas e nas nádegas.
O caso foi levado até a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), que solicitou exames de corpo de delito e ouviu o menor de idade pelo setor psicossocial.
Em ofício encaminhado ao Ministério Público, o Conselho Tutelar informou sobre a transferência do garoto para abrigo e solicitou que a irmã do menino, que também estava sob tutela dos avós, seja levada para uma unidade de acolhimento.
Assistentes sociais que receberam a criança no abrigo informaram que o garoto apresentava comportamento muito emotivo e tinha hematomas no rosto.
Mãe pede a guarda
Após os episódios de agressão e transferência para unidade de acolhimento, no dia 20 de outubro a mãe do garoto pediu à Justiça a guarda do menino. No documento enviado ao juiz da Vara da Criança e do Adolescente ela afirma ter tido a “maternidade usurpada” pelo pai da criança e acusado pela morte de Sophia. Ela ainda cita violências físicas, verbais e sexuais do investigado.
Morte de Sophia
Sophia morreu aos 2 anos, na noite do dia 27 de janeiro. Ela foi levada pela mãe a um posto de saúde, onde as médicas que atenderam a menina constataram que ela já estava morta há pelo menos quatro horas. Tanto a mãe como o padrasto de Sophia foram presos e já indiciados pelo crime.
O casal ainda tentou alterar as provas da morte da menina para enganar a polícia. A prisão preventiva foi decretada no dia 28 de janeiro. Em sua decisão, o magistrado afirmou que: “A prisão preventiva se justifica, ainda, para preservar a prova processual, garantindo sua regular aquisição, conservação e veracidade, imune a qualquer ingerência nefasta do agente. Destaca-se que, conforme noticiado nos autos, a criança somente foi levada para o Pronto Socorro após o período de 4 horas de seu óbito, o que evidencia que os custodiados tentaram alterar os objetos de prova.”
O juiz ainda citou que caso o casal fosse solto, haveria a possibilidade de tentativa de alteração de provas “para dificultar ou desfigurar demais provas”. O casal foi levado para unidades penitenciárias, sendo a mulher para o interior do Estado e o padrasto da menina para a Gameleira de Segurança Máxima.
A menina passou por vários atendimentos em unidades de saúde, entre eles febres, vômitos, queimaduras e tíbia quebrada. Em menos de 3 meses, a criança foi atendida diversas vezes sem que nenhum relatório fosse repassado sobre os atendimentos a menina.