Vizinhos lamentam assassinato em boate e dizem que crime foi ‘fatalidade’ em Campo Grande

Antiga sobaria deu lugar à boate, mas vizinhos relatam que brigas não eram comuns na região

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Boate 69 Fantasy, onde crime aconteceu. (Henrique Arakaki, Midiamax)

Vizinhos da boate 69 Fantasy, que fica na Avenida Ernesto Geisel em Campo Grande, lamentam o crime ocorrido no final de semana, que resultou na morte do proprietário do local, Eduardo Coelho da Silva, de 52 anos. Eduardo foi agredido por clientes da boate de morreu após cair durante a confusão.

Algumas testemunhas afirmaram à polícia, que os autores ainda chutaram a cabeça da vítima, depois de caída. Os autores foram presos.

Vizinhos da boate onde o crime aconteceu conversaram com o Midiamax na tarde desta segunda-feira (7) e relataram que o que aconteceu foi uma fatalidade. Um idoso, que preferiu ter a identidade preservada, mora na mesma rua da boate e contou que não é comum ter briga no local, que funciona a cerca de um ano. “É a primeira vez que acontece”, explicou.

Os moradores da região, explicaram ainda que ali naquela quadra, todos os imóveis são da mesma família.

Sobaria deu lugar à boate

Antigamente, no lugar da boate funcionava uma sobaria, que perdurou por 15 anos, mas depois de um tempo fechou.

Nesse período, Eduardo teria ido morar no Japão e, recentemente, cerca de um ano, voltou para abrir a boate no local.

Além da boate, Eduardo gerenciava uma corretora, que funcionava logo ao lado. “Ele era gente boa, gente do bem”, resume o idoso.

Uma mulher, que também preferiu não se identificar, disse que apesar de ficar constrangida algumas vezes quando saía às 6h os filhos, que são crianças, e via a movimentação e cartazes no local, nunca teve problema com o empresário. “Ele cumprimentava. Tinha uma boa convivência com ele. Isso foi gente errada na hora errada, porque ele mesmo era uma pessoa boa”, finalizou a mulher.

Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas dono da boate já estava sem vida. (Vinicius Santana)

Assassinato

Testemunhas relataram à Polícia Militar que três homens chegaram ‘mexendo’ com algumas meninas que estavam pelo local acompanhadas de outros homens. Ao ver a situação, Eduardo teria ido até o trio informar que ali não poderia ter tal atitude com as mulheres acompanhadas.

Nesse momento, teria iniciado uma discussão, quando o dono do local sacou uma arma de fogo, Pistola Taurus, e efetuou um disparo para cima, no teto, para intimidar os rapazes, mas eles logo partiram para cima de Eduardo, o empurraram e jogaram ele no chão.

Um dos três teria chutado a cabeça da vítima. Ainda segundo o relato da testemunha, outro rapaz teria pego a arma da vítima que caiu ao chão e apontado aos outros frequentadores, mandando eles se afastarem e se ajoelharem.

Do lado de fora do estabelecimento, ele teria tentado retirar as munições do carregador, deixando cair 6 munições, que foram recolhidas pela perícia.

Uma equipe do GOI também esteve no local, assim como Perícia, Polícia Civil e Polícia Militar.

Prisão dos autores

Pouco tempo depois, por volta das 4h30, a PM foi acionada até um hotel na Rua Joaquim Nabuco, pois três hospedes haviam entrado no local bastante alterados e com uma arma de fogo.

No hotel, o responsável chamou pelos autores avisando que a polícia estava no local. Os três saíram com as mãos na cabeça e com alguns pertences em sacolas e mochilas.

Após revista, eles avisaram que a arma estaria no apartamento. A Polícia apreendeu a arma da vítima que estava em cima do frigobar, com 12 munições intactas. Eles confirmaram o crime. Foi chamado reforço policial no local.

Com eles foram encontrados R$ 553, que segundo eles, se tratava de valores de adiantamento que a empresa em que trabalham havia efetuado. Foi encontrado ainda um celular G31, um iPhone 8 Plus, uma carteira.

Na Polícia Civil, o caso foi registrado como tentativa de homicídio simples, vias de fato, lesão corporal seguida de morte e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

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